Clima na primavera trará novos extremos para o Brasil

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Primavera marca o primórdio da estação chuvosa no Sudeste e no Núcleo-Oeste do Brasil com pancadas e temporais isolados pelo calor principalmente da tarde para a noite e em próprio de novembro em diante. No Sul, é um dos períodos do ano com maior risco de tempo severo. | FABRÍCIO BOMJARDIM/BRAZIL PHOTOPRESS/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A primavera, que começa às 9h44 deste domingo (22), deverá ser mais uma estação com temperatura supra a muito supra da média na maior segmento do Núcleo-Sul do Brasil. A chuva retorna a todo o Sudeste e o Núcleo-Oeste do país com o término da temporada seca de outono e inverno, mas muitas áreas ainda seguirão com déficit de precipitação.

As estações do ano são fenômenos naturais e ocorrem por pretexto da inclinação do eixo da Terreno em relação ao projecto de sua trajectória em torno do Sol. O momento exato do início de uma estação do ano é determinado por uma posição específica da Terreno em sua trajectória.

O momento do equinócio de setembro é aquele em que o Sol cruza o equador sideral, que é a extensão do equador terrestre, indo de Setentrião para Sul. No Hemisfério Sul é o equinócio de primavera e no Hemisfério Setentrião é o equinócio de outono.

As estações do ano são marcadas pela maneira porquê os raios solares incidem nos hemisférios. Além da temperatura, um dos efeitos que evidenciam as estações é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo que o Sol fica supra do horizonte.

No início da primavera, os dias terão aproximadamente a mesma duração das noites, e no Hemisfério Sul, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites cada vez menores, até o dia com maior presença do Sol no ano, que ocorre no início do verão, que em 2024 será em 21 de dezembro às 6h20 (horário de Brasília).

Primavera com Pacífico insensível pode ter a chegada da La Niña

A estação vai transcorrer com o Oceano Pacífico Equatorial mais insensível do que a média com chance de instalação de um incidente do fenômeno La Niña, o resfriamento anômalo das águas do Pacífico com impactos no clima do Brasil e do mundo.

Neste momento, as condições no Pacífico Equatorial são de neutralidade, ou seja, sem a presença de El Niño ou La Niña, diferentemente de 2023, quando nesta idade do ano as condições eram de El Niño e possante, favorecendo enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul.

De combinação com a atualização mensal de setembro do Núcleo de Previsão Climática da NOAA, a escritório de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, as probabilidades para o trimestre de setembro a novembro, da primavera, são de 71% de La Niña, 29% de neutralidade e 0% de El Niño, ou seja, a escritório norte-americana crê que a La Niña se instale oficialmente entre outubro e novembro, uma vez que agora em setembro é pouco provável.

NOAA

Para que um evento de La Niña seja enunciado são necessárias várias semanas em que a anomalia da temperatura do Pacífico Núcleo-Leste apresente valores de -0,5ºC ou inferiores. Nesse sentido, o entendimento da MetSul é que não haverá a enunciação de um evento de La Niña tão cedo, não no que resta deste mês de setembro e no primórdio de outubro.

Se a La Niña se formar, o evento será enunciado em meados de outubro ou só no mês de novembro. Aliás, a tendência, de combinação com o nosso entendimento na MetSul Meteorologia, é de ininterrupção da período neutra do Oceano Pacífico ao menos no limitado prazo.

O que esperar da chuva na primavera

Há uma mudança no regime de chuva no Núcleo-Sul do Brasil na primavera. No Núcleo do Brasil, a estação seca que tem seu auge no inverno chega ao término e a chuva começa a se tornar mais frequente à medida que a estação avança com maior influência de ar tropical quente e úmido.

A cidade de São Paulo, por exemplo, tem média histórica de chuva de somente 83,3 mm em setembro na estação do Mirone de Santana e de 143,9 mm em novembro. Goiânia tem média histórica de precipitação de 44,3 mm em setembro e de 219,6 mm no mês de novembro. Brasília tem média de chuva de 38,1 mm em setembro e de 253,1 mm em novembro.

Já mais ao Sul do Brasil, onde na maior segmento da região não existe uma temporada seca e outra chuva, com chuva mais regular ao longo do ano, a primavera é historicamente marcada por episódios de chuva excessiva, mesmo com o Pacífico em neutralidade ou em período fria (Niña). Esses eventos ocorrem com maior frequência e intensidade sob El Niño, mas não deixam de suceder com o Pacífico nas demais fases (neutra e fria).

Na segunda metade da estação, a chuva passa a ocorrer também pela combinação de calor e umidade, a famosa chuva de verão, principalmente de novembro em diante, o que não ocorre na maior segmento do ano em que as precipitações são dependentes de sistemas de grande graduação porquê frentes fria, frentes quentes e áreas de baixa pressão no Sul do Brasil.

O resfriamento do Pacífico traz cenário de chuva dissemelhante em 2024 do último ano, quando as águas do maior oceano do planeta estavam superaquecidas com um muito possante evento de El Niño, o que resultou em chuva excessiva a extrema com muitos temporais nos últimos meses do ano.

No trimestre de primavera, a tendência é de chuva irregular. Espera-se uma grande versatilidade das precipitações de cidade para cidade na distribuição da chuva com tendência de volumes inferior da média histórica no trimestre na maior segmento do Núcleo-Sul do Brasil.

Projeção de anomalia de precipitação (meandro da média) no trimestre setembro a novembro (primavera meteorológica) do padrão britânico. O planta não necessariamente representa o prognóstico da MetSul | METSUL

Projeção de anomalia de precipitação (meandro da média) no trimestre setembro a novembro (primavera meteorológica) do padrão europeu SEAS5. O planta não necessariamente representa o prognóstico da MetSul | METSUL

Embora os modelos, em universal, apontem quase todo o Núcleo-Sul do Brasil com chuva inferior da média na estação, acreditamos que haverá áreas na estação com chuva supra da média na estação nas regiões Sudeste, Núcleo-Oeste e Sul, somente que esta não será a exigência preponderante. Desenha-se muita versatilidade na precipitação com a maioria dos locais com chuva inferior ou perto da média e alguns supra.

Os primeiros sinais da estação chuv0sa devem encetar a desabrochar em outubro  com chuva mais frequente principalmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Em áreas de Goiás e de Minas Gerais, embora já volte a chover gradualmente, as precipitações tendem a aumentar mais em novembro.

No Sul do Brasil, apesar do indicativo dos modelos de uma primavera de chuva inferior a muito inferior da média, entendemos que vai chover mais do que o indicado pelas simulações na estação com um final de setembro e um outubro de precipitação supra da média em muitas áreas da Região Sul. Entre novembro e dezembro a precipitação começaria a se tornar mais irregular, em próprio no Rio Grande do Sul.

É importante pontuar que episódios de chuva volumosa e intensa regionalizados podem ocorrer com acumulados de precipitação muito altos a excessivos em limitado período, mesmo com o Pacífico insensível ou sob La Niña, existindo muitos precedentes históricos de eventos de chuva extrema e até com enchentes em anos de Pacífico insensível na primavera, apesar de menos numerosos que em anos de El Niño.

Primavera traz mais temporais

A MetSul destaca que a primavera é o período no Sul do Brasil com maior frequência de tempestades, não vasqueiro severas com intensos vendavais e saraiva, mas a frequência e intensidade dos temporais varia a cada ano.

São comuns sistemas convectivos de mesoescala, grandes aglomerados de nuvens carregadas, que se formam no Nordeste da Argentina e no Paraguai que depois avançam para o Sul do Brasil ou Mato Grosso do Sul.

Neste ano, com o Pacífico Leste mais insensível do que o normal ou sob La Niña, a MetSul avalia que a frequência de tempestades não será tão subida porquê se estivéssemos sob El Niño, caso de 2023, mas quando os temporais ocorrerem podem ser muito fortes pelo maior contraste térmico entre massas de ar insensível e quente.

Em síntese, tendência de menos ou muito menos temporais que em 2023, mas ainda ocorrem e quando acontecerem podem ser fortes. Por isso, episódios de vendavais intensos e destrutivos localizados não necessariamente serão frequentes, mas quando ocorrerem podem ser severos.

Os tornados mais graves dos últimos 20 anos na primavera no Rio Grande do Sul se deram na maioria sob La Niña ou Pacífico mais insensível que a média, caso de outubro de 2000 em Viamão (RS). Enfatizamos que, por tendências históricas, o risco de saraiva é principalmente mais saliente quando o Oceano Pacífico está sob La Niña, porquê é o caso da primavera deste ano, e, assim, há risco de temporais pontuais com saraiva mais intensos nesta estação.

Primavera quente

Uma vez que estação de transição para o verão, na primavera aumenta a frequência de dias de calor e diminui os de insensível. O primórdio da estação ainda tem características mais amenas e até com insensível em alguns dias mais ao Sul, ao passo que o final já tem padrão típico de verão.

Os dias de calor no Sul aumentam, principalmente entre novembro e dezembro, quando algumas jornadas são muito quentes com possibilidade de ondas de calor e marcas perto ou supra de 40ºC. No Núcleo-Oeste do Brasil, ao contrário, à medida que começa a estação chuvosa, sobretudo entre novembro e dezembro, diminuem os dias de calor excessivo.

Projeção de anomalia de temperatura (meandro da média) no trimestre setembro a novembro (primavera meteorológica) do padrão europeu SEAS5. O planta não necessariamente representa o prognóstico da MetSul | METSUL

Projeção de anomalia de temperatura (meandro da média) no trimestre setembro a novembro (primavera meteorológica) do padrão boche DWD. O planta não necessariamente representa o prognóstico da MetSul | METSUL

A tendência é de uma primavera com temperatura supra da média, mas entre os meses de novembro e dezembro podem ocorrer alguns períodos de calor muito intenso e temperatura muito supra da média, destaca a MetSul. O Setentrião da Região Sul, o Núcleo-Oeste e o Sudeste vão ter os maiores desvios positivos de temperatura com muitos dias de calor intenso a excessivo.

Em pontos do Sudeste do Rio Grande do Sul, a estação pode ter marcas um pouco mais perto da média, principalmente no primórdio da estação, com episódios quentes mais comuns em dezembro. Na maioria das regiões gaúchas, porém, será uma estação mais quente do que a média.

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FONTE:METSUL

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