Dengue: principais dificuldades para prevenção são reveladas por estudo

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Um novo estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Puerícia (Unicef), lançado nesta quinta-feira (24) com suporte da biofarmacêutica Takeda, mostrou que, embora grande secção da população saiba que é preciso “evitar chuva paragem” para prevenir a dengue, investir exclusivamente em estratégias de informação focadas nessa mensagem não é suficiente para provocar mudanças significativas no combate às arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos).

O inventiva da pesquisa é relevante e preocupante em um cenário em que os casos de dengue crescem no Brasil e no mundo. Em junho de 2024, o país tinha ultrapassado a marca de 6 milhões de casos confirmados da doença, segundo quadro de monitoramento do Ministério da Saúde. Esse número representa um aumento significativo em relação a 2023, quando o país teve pouco mais de 1,6 milhão de registros.

 

 

Com as mudanças climáticas, que levam à eventos naturais extremos, uma vez que chuvas intensas e enchentes, o risco dos casos de dengue aumentarem ainda mais é real. Diante desse cenário, ressurge a urgência de substanciar estratégias de prevenção contra arboviroses que, além da dengue, incluem também a zika e a chikungunya.

“O momento é de maior seriedade e, logo, todos os cuidados, as campanhas e a atenção à dengue devem ser intensificadas. A intersetorialidade tem que intercorrer; o engajamento comunitário tem que ser ainda maior; também é preciso aumentar a percepção de risco da doença, levantando também as questões climáticas, e aumentar, também, a resiliência dos serviços, das escolas, das unidades básicas de saúde para que possam, no momento de desastres ambientes, responder a isso sem interromper seus serviços”, afirma Luciana Phebo, dirigente de saúde do Unicef no Brasil, em coletiva de prelo realizada virtualmente nesta quinta-feira (24).

A pesquisa, intitulada “Combate à dengue, zika e chikungunya – Estudo comportamental sobre a adesão a práticas de prevenção“, utilizou uma vez que quadro teórico o padrão de Determinantes Comportamentais (Behavioural Drivers Model, na {sigla} em inglês), desenvolvido pelo Unicef para atuar em Mudança Social e de Comportamento (SBC, também na {sigla} em inglês).

Esse padrão considera que o comportamento é multideterminado por aspectos psicológicos, sociológicos e ambientais (incluindo as políticas públicas), permitindo uma estudo que vai além de explicações que atribuem a responsabilidade pela adoção de comportamentos preventivos a uma decisão do quidam, uma vez que por falta de conhecimento ou interesse.

O trabalho contou com uma lanço qualitativa realizada com 24 grupos etnográficos (entrevistas conduzidas na moradia das pessoas, com participantes de seu próprio círculo social), em dois municípios de médio porte, selecionados através de dados epidemiológicos. A coleta qualitativa de percepções com populações foi realizada nos municípios de Montes Claros (MG) e Sinop (MT), além de entrevistas com gestores públicos de outras oito cidades das regiões da Amazônia e do Semiárido.

O que está por trás da dificuldade de adesão à prevenção da dengue?

Depois uma ampla revisão de literatura, seguida por pesquisa de campo e entrevistas, o estudo explica quais os aspectos que motivam ou dificultam a adoção de práticas de prevenção do Aedes aegypti. A pesquisa organiza esses aspectos em três níveis, de concordância com uma metodologia do Unicef para atuar com mudanças sociais e comportamentais: psicológico, sociológico e estrutural.

Entre os fatores psicológicos relacionados à prevenção do mosquito, o estudo aponta:

  • Histórico de infecção e percepção de risco: quem nunca teve a doença, tende a não confiar na seriedade. A percepção de risco e as práticas de prevenção podem aumentar em situação de epidemia, mas diminuir em cenários diferentes;
  • Esforço: as práticas preventivas – incluindo limpeza de calhas, caixas d’chuva e locais de difícil chegada – são vistas uma vez que um pouco difícil, demorado, multíplice, para o qual as pessoas não têm tempo ou disponibilidade;
  • Custos financeiros: mormente em locais mais vulneráveis, gastar recursos para a limpeza de caixa d’chuva, compra de repelentes, entre outros, pode não ser viável.

Entre os fatores sociológicos, foram identificados:

  • Organização coletiva: Participar de organizações de bairro está associado a um aumento das práticas de prevenção. Mas, em várias regiões, muitas pessoas não conhecem seus vizinhos, não se veem uma vez que secção de um grupo, e não há uma organização coletiva para cuidar do bairro;
  • Influência comunitária: Muitas pessoas se sentem moralmente obrigadas a satisfazer práticas de prevenção que acreditam que é esperado delas.

O estudo levantou, também, fatores estruturais, uma vez que:

  • Estrutura urbana: falta de coleta de lixo e a presença de terrenos baldios estimula o descarte inadequado de lixo.
  • Ação dos agentes de endemia: atuação dos agentes está associada à subtracção das arboviroses. Em alguns lugares, no entanto, pode não ter agentes suficientes, ou pode ter obstáculos na relação dos agentes com a comunidade.
  • Crédito no poder público: baixa crédito nos órgãos de governo pode ser uma barreira para que se siga orientações de saúde e prevenção.

Do ponto de vista dos pesquisadores, cada um desses fatores pode impactar nas atitudes da população para prevenir, ou não, as arboviroses.

“O siso generalidade diz que quando alguém tem uma informação sobre o que é bom para si próprio e sua família, adota um comportamento ou hábito. Mas há uma diferença entre o que as pessoas falam que fazem e os hábitos que efetivamente incorporam em suas rotinas diárias. Fazer ou não fazer um pouco depende de uma enorme confluência de fatores, comportamentos, normas sociais, infraestrutura e chegada a políticas públicas. São esses aspectos que revelamos nesse estudo”, explica Phebo.

Recomendações para enfrentar desafios na adesão às medidas de prevenção de arboviroses

A pesquisa também reúne recomendações importantes para enfrentar a dificuldade de adesão às medidas preventivas contra a dengue, zika e chikungunya. Uma delas é associar o controle vetorial a comportamentos vistos uma vez que “desejáveis” pela população, uma vez que manter a moradia limpa ou não jogar o lixo na rua.

Outra recomendação é aumentar a percepção de risco, mormente em relação às crianças. O estudo observou que há uma percepção elevada do risco de infecção pelos pais quando relacionada às crianças, por temor de que seus filhos estejam infectados. Essa percepção poderia ser usada de forma mais eficiente em campanhas de informação sobre riscos e no envolvimento da comunidade em ações preventivas.

A redução de custos e esforços associados à adoção de comportamentos preventivos e aumentar os investimentos em infraestrutura também é uma verosímil solução apontada pelo estudo. Isso inclui o investimento em políticas públicas que diminuam o dispêndio e os esforços de práticas de prevenção que podem ter efeito positivo na redução de arboviroses.

Ou por outra, investir em melhorias na infraestrutura e na limpeza urbana pode fortalecer a adesão da população às medidas de prevenção, segundo o estudo.

Por termo, o trabalho considera importante determinar estrategicamente uma vez que engajar a comunidade e realizar ações comunitárias. É o caso de adotar mais políticas de engajamento comunitário, além de estimular e mediar discussões sobre o tema em comunidades, do ponto de vista do estudo.

“A pesquisa revela os desafios na adoção de medidas preventivas contra essas doenças e aponta um caminho para superá-los. A adesão às medidas integradas na prevenção à dengue, uma vez que o controle do vetor, capacitação dos profissionais de saúde, diagnóstico e manejo médico adequados, além de ações preventivas eficazes, é urgente e acreditamos que essa iniciativa será fundamental para impulsionar estratégias focadas no combate às arboviroses”, afirma Eduardo Almeida, diretor executivo de Entrada Estratégico e Public Affairs da Takeda Brasil.

“Sabemos da prestígio de prometer, para cada menino e rapariga, o recta de viver em um envolvente livre de doenças que possam afetar não somente sua saúde física, uma vez que também impactar na frequência escolar e na rotina de uma menino, uma vez que galhofar, se cevar de maneira adequada, entre outras atividades. Esperamos que os achados desse estudo possam contribuir com as políticas públicas e ações de informação nacionais e em cada município, com foco em mudanças de comportamento necessárias ao combate ao Aedes”, completa Phebo.

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FONTE:CNN Source link

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