PF aponta ligação da “Abin paralela“ com plano de golpe e pede ao STF compartilhamento de provas

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A Polícia Federalista (PF) aponta uma relação entre a espionagem ilícito que ocorreu na Sucursal Brasileira de Lucidez (Abin) e a suposta trama de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, no termo de 2022.

“A investigação conduzida nos autos da Pet. 12.100 identificou a participação de servidores, na idade dos fatos, lotados na Sucursal Brasileira de Lucidez-ABIN, que atuaram com a finalidade de disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasílico e assessorar o logo presidente JAIR BOLSONARO com estratégias de ataques às instituições democráticas, ao Poder Judiciário e seus respectivos membros”, diz a PF em documento enviado ao Supremo Tribunal Federalista (STF).

Com base nas informações já colhidas, a Polícia Federalista pediu ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos dois casos, o compartilhamento de provas do sindicância da trama golpista para o sindicância da chamada “Abin paralela”.

“Nesse sentido, os elementos de prova colhidos durante a temporada ostensiva da presente investigação poderão subsidiar as apurações relativas à constituição criminosa de uma estrutura de lucidez paralela dentro da ABIN”, assina o solicitador Fábio Shor.

Segundo a PF, a investigação demonstrou que vários servidores policiais federais atuaram dentro da repartição de tarefas estabelecida pelo grupo investigado, “para desenvolver ações voltadas a desestabilizar o Estado Democrático de Recta, com o termo de obtenção de vantagem consistente em tentar manter o logo presidente da República JAIR BOLSONARO no poder, a partir da consumação de um Golpe de Estado e da Anulação do Estado Democrático de Recta, restringindo o tirocínio do Poder Judiciário e impedindo a posse do logo presidente da república eleito”.

Há duas semanas, o ex-presidente Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas no sindicância que apura esse suposto projecto de golpe. Entre elas, o deputado federalista Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin no governo Bolsonaro. A inclusão do nome dele no caso foi depois compartilhamento de provas entre inquéritos, com autorização do STF.

O sindicância da “Abin paralela” está na temporada final. A expectativa da direção da PF é enviar o caso ao Supremo ainda no termo deste ano, mas também há possibilidade de ser concluído somente no primórdio do ano que vem.

Em novembro, a comentador da CNN Luísa Martins antecipou que o STF suspeitava que a chamada “Abin Paralela” tenha atuado no projecto de homicídio de autoridades brasileiras articulado pelos cinco militares presos na operação Contragolpe da Polícia Federalista (PF).

Interlocutores do ministro Alexandre de Moraes têm dito que agentes de lucidez do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter tido papel ativo no monitoramento do magistrado, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Segundo fontes que acompanham o caso, não se descarta que as provas colhidas até o momento no processo da trama golpista sejam compartilhadas com a investigação que tramita no STF especificamente sobre a “Abin Paralela”.

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