O ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta segunda-feira (24) que as grandes empresas de tecnologia, conhecidas porquê “big techs”, enxergam a democracia porquê “um negócio”, e que, para as companhias, “tudo é moeda”.
“Democracia é um negócio, dizem as big techs, porque tudo para elas é moeda, é negócio. Democracia é um negócio [para as big techs]. Assim porquê vendemos carros, vamos vender candidatos. Só́ que é um negócio que, dando evidente, gera um lucro muito maior, porque aí nós vamos autenticar as leis, aí nós vamos mandar no país”, disse o ministro durante uma lição magna na faculdade de Recta da Universidade de São Paulo (USP).
“Quais as palavras com maior número que as big techs citam? Liberdade, democracia. Sim, liberdade para eles poderem fazer o que muito querem, porque são os maiores grupos econômicos do mundo”, continuou o magistrado.
Moraes também questionou a neutralidade das empresas de tecnologia, insinuando que existe um libido por segmento das companhias em “dominar a economia e a política mundial”.
“As big techs, elas não são enviadas de Deus, porquê alguns querem. Elas não são neutras“, adicionou. “Elas são grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania vernáculo de cada um dos países, ignorando as legislações, para terem poder e lucro”.
Saída do X
Ainda durante a lição magna, Moraes brincou com a repercussão da sua saída do X (idoso Twitter). O ministro desativou a conta na última sexta-feira (21). De congraçamento com a assessoria de prensa do STF, a decisão de deixar a rede social foi pessoal, já que o magistrado não utilizava o perfil desde janeiro de 2024.
“Não posso nem trespassar do X que me deduram”, comentou o ministro durante a cerimônia.
Moraes e Rumble
Uma vez que apurou a comentador Jussara Soares, representantes do grupo de comunicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da plataforma de vídeos Rumble apresentaram no último sábado (22) à Justiça dos Estados Unidos um pedido de liminar contra o ministro Alexandre de Moraes.
Ensejo em um tribunal da Flórida, a ação afirma que o ministro estaria impondo “increpação extraterritorial” ao exigir que plataformas bloqueiem conteúdos e forneçam dados de usuários, incluindo de cidadãos estadunidenses.
À CNN, o jurisconsulto Martin de Luca informou que a liminar foi solicitada após Moraes pedir o bloqueio da Rumble no Brasil.
Na última sexta-feira (21), o ministro determinou que a rede social fosse bloqueada no país. De congraçamento com o magistrado, verificou-se a falta de um representante da plataforma ao tentar intimar o Rumble para suspender o conduto do blogueiro Allan dos Santos.