Extintos há 10 mil anos, mastodontes fazem falta no Chile; entenda

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Pela primeira vez, cientistas encontraram evidências fósseis diretas que comprovam porquê a extinção de mastodontes há 10 milénio anos gera impactos na preservação de florestas na América do Sul — mais especificamente no Chile meão — nos dias atuais.

Esses animais eram responsáveis pela dissipação de sementes de vegetalidade com frutos grandes — e algumas das espécies que dependiam dos mastodontes estão agora criticamente ameaçadas de extinção, de convenção com o estudo.

Conhecida porquê a “hipótese dos anacronismos neotropicais”, essa teoria permaneceu sem confirmação por mais de quarenta anos. A teoria foi apresentada pela primeira vez em 1982 pelo biólogo Daniel Janzen e pelo paleontólogo Paul Martin.

Lago Tagua Tagua, rica em fauna do período Pleistoceno (Imagem: Kyle J Little/Shutterstock)

Agora, a teoria de que as vegetalidade tropicais desenvolveram frutos grandes, doces e coloridos para atrair animais de grande porte é validada por descobertas feitas pela Universidade de O’Higgins e pela Universidade Autônoma de Barcelona. 

Qual foi a invenção?

A equipe analisou 96 dentes fósseis coletados ao longo de 1.500 quilômetros, de Los Vilos à Ilhéu de Chiloé, no sul do Chile. Quase metade dos espécimes vem do sítio emblemático do Lago Tagua Tagua, uma antiga bacia rica em fauna do Pleistoceno.

Eles confirmaram que tinham em mãos a primeira evidência sólida de frugivoria em Notiomastodon platensis, um mastodonte do Pleistoceno sul-americano. Ou seja, esses animais se alimentavam principalmente de frutos, sem promover prejuízos às sementes.

Os cientistas empregaram diversas técnicas para compreender melhor o estilo de vida do mastodonte, incluindo  estudo isotópica, estudos microscópicos de desgaste dentário e estudo de cômputo fóssil.

Esqueleto de mastodonte americano em exibição no Museu de História Originário de Londres (Imagem: Pravine/Shutterstock)

“Encontramos resíduos de fécula e tecidos vegetais típicos de frutos carnosos, porquê os da palmeira chilena (Jubaea chilensis)”, explica Florent Rivals, técnico em paleodieta. “Isso confirma diretamente que esses animais consumiam frutas com frequência e desempenhavam um papel na regeneração florestal.”

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Dispersores de sementes

O estudo mostra porquê a função ecológica dos mastodontes permanece insubstituível: eles percorriam longas distâncias e dispersaram sementes ao longo do caminho, criando um ecossistema florestal rico em recursos frutíferos.

“Quando essa relação ecológica entre vegetalidade e animais é totalmente rompida, as consequências permanecem visíveis mesmo milhares de anos depois”, diz a coautora do estudo, Andrea P. Loayza.

Usando um protótipo de tirocínio de máquina, a equipe conseguiu confrontar o estado atual de conservação de vegetalidade dependentes da megafauna em diferentes regiões da América do Sul.

Araucaria araucana é uma das espécies em extinção no Chile (Imagem: Felipe Ahumada/iStock)

Os resultados apontam que 40% dessas espécies no Chile meão estão ameaçadas — uma taxa quatro vezes maior do que em regiões tropicais, onde animais porquê antas ou macacos ainda atuam porquê dispersores alternativos de sementes.

A lista de remanescentes vivos de uma interação extinta inclui espécies porquê gomortega (Gomortega keule), a palmeira-chilena e a araucária (Araucaria araucana), que sobrevivem em populações pequenas e fragmentadas, com baixa variação genética.

“A paleontologia não se resume a narrar histórias antigas”, conclui Florent Rivals. “Ela nos ajuda a reconhecer o que perdemos — e o que ainda temos a chance de salvar.”


FONTE:OLHARDIGITAL

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