Um incidente de chuva atinge o Rio Grande do Sul e vai prosseguir neste domingo com os maiores volumes esperados na Metade Setentrião gaúcha entre a noite deste sábado e o início do domingo, de entendimento com a previsão da MetSul Meteorologia, o que vai afetar os níveis de diversos rios do estado com repique de cheias.
Rios voltarão a subir com a chuva deste término de semana | PREFEITURA DE LAJEADO/ARQUIVO
Os volumes devem permanecer entre 50 mm e 150 mm na maior segmento dos municípios do Noroeste, Setentrião e o Nordeste do estado com risco de alagamentos, deslizamentos, queda de barreiras e inevitável repique de cheias e agravamento das enchentes, onde as inundações seguem.
Os maiores acumulados de chuva são indicados para o Noroeste, o Cimo Jacuí, Planalto Médio, Cimo e Médio Uruguai, Vales, Serra, Campos de Cima da Serra e Litoral Setentrião. A Grande Porto Contente também pode ter períodos de chuva potente, sobretudo na madrugada deste domingoi e com maiores volumes no Setentrião da dimensão metropolitana.
A chuva inevitavelmente, porquê temos alertado, vai impactar os níveis do rios. Onde os rios já baixaram em seguida as cheias da semana passada, haverá repique. Onde os rios ainda estão altos ou em quinhão de alerta, haverá agravamento do quadro.
As três regiões que mais preocupam pelos impactos hidrológicos da chuva deste término de semana, a partir da avaliação dos níveis atuais e de quanto e onde deve chover, são a Fronteira Oeste, os vales e a dimensão metropolitana.
De entendimento com a estudo da MetSul, os grandes rios que mais devem ser impactados devem ser o Uruguai na Fronteira Oeste (pela chuva que cairá no Noroeste e no Setentrião do estado assim porquê na nascente no Rio Pelotas nos Campos de Cima da Serra), Jacuí, Taquari, Caí, Paranhana, Sinos e Gravataí.
O Uruguai está em condições de enxurrada no Oeste e os elevados volumes de chuva junto ao Noroeste, ao Setentrião e ao Nordeste gaúcho (nascente no Rio Pelotas) tende a aumentar a enxurrada nos próximos sete a dez dias (é uma bacia extensa). Rios menores que cortam o Noroeste, porquê, por exemplo, o Ijuí e o Icamaquã, também exigem atenção pelos altos acumulados no Noroeste e na região missioneira. Assim porquê os rios Passo Fundo e da Várzea no Setentrião.
Os rios que cortam os vales têm suas nascentes na Serra, nos Campos de Cima da Serra e entre a Serra e Litoral Setentrião, onde deve chover muito até o início deste domingo. O Taquari ainda recebe a chuva da chuva que cai no setor mais a Leste do Planalto Médio.
As cheias do Caí e Taquari podem ser semelhantes ou maiores que as registradas na semana passada, quando o Taquari chegou a 23 metros em Estrela e o Caí a quase 13 metros em São Sebastião do Caí. A elevação dos dois rios será mais percebida entre a segunda e a terça-feira, mas já no final do domingo o quadro é de atenção no Caí por ser um rio de resposta rápida.
Rio Jacuí deve ter os maiores volumes de chuva nas nascentes, no Setentrião gaúcho, e na segmento final da bacia, na Grande Porto Contente. Choverá mais nas nascentes na região de Passo Fundo, até com acumulados que podem ser excessivos em alguns pontos. Já na segmento intermediária, no Meio do estado, não choverá sequer perto do que choveu semana passada. Assim, o Jacuí voltará a se exaltar durante a semana, entretanto sem a seriedade de dias detrás.
Preocupam os rios Gravataí e do Sinos, que seguem altos e represados pelo Guaíba. O Sinos ainda recebe a vazão do Paranhana, que subirá com a chuva volumosa na Serra. O Sinos ainda estava perto da quinhão de inundação em São Leopoldo neste sábado e a vazão da chuva deste término de semana chegará ao vale somente entre segunda e quarta.
Já o Gravataí preocupa porque os volumes de chuva podem ser elevados nas nascentes entre a Serra e o Litoral Setentrião. Além do rio seguir cimo, com a elevação esperada do Guaíba, o efeito de represamento aumentará no momento em que estiver chegando a vazão das nascentes. Isso pode mandar um agravamento do quadro em Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, na zona Setentrião de Porto Contente (Sarandi) e Alvorada (Arroio Feijó que é represado pelo Gravataí).
O Guaíba, porquê se sabe, recebe as águas do Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí. Hoje, a despeito da chuva que cai em Porto Contente e não costuma ter reflexos maiores no nível, o Guaíba segue recuando. Na tarde deste sábado, os níveis eram 2,71 metros no Cais Navegantes (pico foi 3,25 metros na quarta); 2,57 metros no Cais C6 da Rodoviária (pico foi 3,01 metros na quarta); e 2,54 metros no Cais Medial da Mauá (pico foi 2,95 metros na quarta).
Porquê o nível estará ainda cimo, embora a meio metro ou um pouco mais da quinhão de inundação antes de uma novidade escalada, a novidade vaga de vazão combinada com vento traz uma quesito de risco para Porto Contente.
Vento potente neste domingo no Lagoa dos Patos pode provocar elevação do nível do Guaíba antes mesmo da chegada da vazão dos rios gerada pela chuva deste término de semana. A vaga de vazão chegará durante a semana, notadamente entre terça e quinta, mantendo o Guaíba cimo ao menos até a segunda semana de julho. Haverá ainda vento Sul na Lagoa entre segunda e quinta, mas fraco a moderado entre terça e quinta com efeito de represamento mais modesto.
No caso do Guaíba, em nossa avaliação, e diante de uma grande preocupação do público, reiteramos que não há qualquer possibilidade de repetição das condições observadas em maio de 2024. Reitera-se: a chance de se repetir maio de 2024 (cotas supra de 5 metros) não existe.
Em nosso entendimento, no melhor cenário (otimista), o Guaíba alcançará marcas próximas do pico da última quarta (ao volta dos 3 metros no Cais Mauá) e no pior cenário (pessimista) atingirá marcas perto ou ao volta dos picos das duas cheias do segundo semestre de 2023 (3,15 metros a 3,50 metros).
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