Algodão colorido e agroecológico conquista passarelas no Brasil e no exterior

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O algodão sarapintado desenvolvido pela Embrapa foi mais uma vez atração em desfile de tendência na Itália.

A coleção Calunga, da empresa Originário Cotton Color, confeccionada a partir do algodão sarapintado orgânico produzido da Paraíba, esteve presente em um dos principais eventos de tendência sustentável, Beyond the Claim, nesta sexta-feira (20).

O evento ocorreu no Museo Nazionale Scienza e Tecnologia Leonardo da Vinci, durante a Semana de Tendência de Milão.

Inspirada no maracatu, legado cultural afro-brasileira, a coleção é composta por 35 peças que integram alfaiataria com detalhes artesanais, incluindo a técnica do labirinto, um patrimônio intáctil da Paraíba.

Desfile no Rio Grande do Setentrião

desfile algodão colorido
Foto: Divulgação Embrapa

Na semana passada, foi a vez do algodão agroecológico subir às passarelas no Rio Grande do Setentrião. A maior fábrica têxtil da América Latina, a Guararapes, foi palco do lançamento da novidade coleção de verão da Riachuelo, com roupas produzidas a partir de matéria-prima do projeto Pró-Sertão.

O Pró-Sertão é uma iniciativa do Instituto Riachuelo, que visa fortalecer a enxovia produtiva do algodão no Rio Grande do Setentrião, com ações que vão desde o campo, por meio do incentivo do cultivo agroecológico, até a indústria têxtil e o artesanato sítio.

A Embrapa Algodão é parceira deste projeto que beneficia centenas de agricultores no sertão potiguar e gera 4 milénio empregos diretos no estado.

Algodão sarapintado

O algodão sarapintado é um resultado diferenciado para a lavoura familiar, com foco na sustentabilidade econômica e ambiental.

Além de gerar renda para o pequeno produtor, o algodão sarapintado proveniente não necessita de tingimento, reduzindo a utilização de chuva e de produtos químicos no processo de obtenção do tecido.

Por meio do melhoramento genético convencional, a Embrapa Algodão desenvolveu as cultivares de algodão sarapintado BRS Jade, BRS Safira, BRS Topázio, BRS Verdejante, BRS Rubi e BRS 200 Marrom.

O algodão sarapintado subiu às passarelas pela primeira vez em 2004, na São Paulo Fashion Week, com o estilista Ronaldo Rochedo. Desde logo, as peças confeccionadas com as variedades de algodão sarapintado vêm abrindo caminho no mundo da tendência. O resultado também esteve presente na Fashion Rio, além de desfiles em Paris e Milão.

Algodão em consórcios agroecológicos

O cultivo do algodão agroecológico consorciado com outras culturas alimentares uma vez que milho, feijoeiro, gergelim e mendubi, mandioca, dentre outras, por agricultores familiares, com certificação orgânica participativa, tem sido outra escolha disponibilizada pela Embrapa e instituições parceiras para promover a segurança cevar e a preservação do meio envolvente.

A metodologia de capacitação dos produtores se dá por meio das Unidades de Aprendizagem e Pesquisa Participativa, respeitando os saberes locais e promovendo a consciência ambiental. O tirocínio vai desde a produção (com foco conservacionista), certificação e comercialização da pluma no negócio justo, com preços supra do algodão convencional.

Agenda 2030

O algodão sarapintado e agroecológico são tecnologias voltadas para a sustentabilidade econômica, ambiental e social, alinhados à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesta agenda foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados no Brasil e no mundo. As tecnologias se alinham principalmente ao Selo ODS 12 – Produção e Consumo Sustentáveis.

*Sob supervisão de Victor Faverin

FONTE: CANAL RURAL

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