Chuva extrema volta a atingir a Espanha e inunda Málaga

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Chuva extrema volta a atingir a Espanha com inundações catastróficas neste momento em algumas cidades, principalmente nas áreas de Málaga e Granada. O novo incidente de precipitações excessivas, poucos dias depois do sinistro na região de Valencia com mais de 200 mortos, é consequência de uma novo sistema de baixa pressão segregada, que os espanhóis denominam de DANA.

A Filial Meteorológica Aemet emitiu alerta vermelho desde a manhã de quarta-feira devido a possíveis fortes chuvas na província de Málaga e o alerta laranja em Granada, embora as províncias de Sevilha, Córdoba e Almería também tenham regiões em aviso amarelo.

Málaga registou 113 mm na estação meteorológica Málaga Puerto, na capital Málaga, nas últimas 24 horas. Os acumulados locais, entretanto, devem ser muito maiores e vários rios da região já transbordaram com cotas até dois metros supra dos recordes anteriores.

Segundo o site da Aemet, na província de Málaga o aviso vermelho de chuva vigorará até à meia-noite. Da mesma forma, a Aemet ativou o alerta laranja para tempestades em ambas as áreas ao longo do dia.

O governo de Málaga ativou integralmente o Projecto Municipal de Emergência depois de ter sido instalado parcialmente ontem. Todos os serviços de transportes públicos estão suspensos e a Polícia Lugar fez bloqueios devido às inundações em várias ruas da capital Málaga.

Há oânico na localidade de Benamargosa, em Málaga, em Axarquía, onde o rio transbordou e está a provocar as primeiras cheias. A Câmara Municipal desta localidade, com somente 1.558 habitantes, lançou um alerta através das redes sociais informando que a barragem de Solano transbordou e representa um transe.

Quatro unidades da Polícia Lugar, incluindo Gruprona, Bombeiros e Serviços Operacionais, conseguiram libertar 39 cães e 41 cavalos do Clube Equestre de Málaga, que estavam em transe devido ao transbordamento de um riacho. Todos foram resgatados com vida. O Clube solicitou ajuda porque não conseguiu libertar os animais, que estavam em caixas onde estava amontoado um metro de chuva e limo.

Imagens mostram graves inundações

Vídeos publicados nas redes sociais mostram graves inundações repentinas em vários pontos da cidade e da província de Málaga com carros sendo arrastados e ruas que se converteram em rios com poderoso correnteza. Vários rios e arroios da região estão fora do leito.

As imagens de hoje em muito recordam as de dias detrás das graves inundações que afetaram a região espanhola de Valencia em um outro incidente de DANA que causou mais de 220 mortes e prejuízos bilionários no maior sinistro procedente na Espanha em décadas.

O que é DANA

Trata-se de uma espaço de baixa pressão nos níveis médios e altos da atmosfera e que na Espanha e em muitos países da América do Sul de língua espanhola é chamada de D.A.N.A (Depresión Aislada en Niveles Altos) ou depressão isolada/segregada em níveis elevados em tradução livre. Em português utiliza-se por vezes a frase pinga fria ou baixa fria, e em Inglês o termo é “cut-off low” para nascente tipo de baixas pressões.

Estas baixas frias ou segregadas se formam quando uma espaço de ar insensível se separa parcial ou totalmente de uma manante de jato, um galeria de vento intenso a dez milénio metros de altitude que separa massas de ar quente e insensível.

Elas se originam porquê uma depressão ao longo da manante de jato e, eventualmente, se separam completamente dos ventos de Oeste da manante. Podem se movimentar muito lentamente por vários dias, trazendo chuvas torrenciais para uma espaço. O prognóstico do tempo em torno destas baixas pressões costuma ser bastante difícil e multíplice, o que rendeu nos Estados Unidos a frase “cut-off low, weatherman’s woe”, ou “baixa segregada, tortura do meteorologista”.

A manante de jato se forma ao longo da “fronteira” entre o ar polar insensível e o ar mais quente das latitudes médias, funcionando porquê um galeria de vento intenso na altitude de cruzeiro dos aviões. Por isso, pilotos tentam aproveitar a manante de jato para se movimentar mais rápido e gastar menos combustível em viagens de longas distâncias de Oeste para Leste.

Quando a espaço de baixa pressão se separa da manante de jato, ela perde o movimento de Oeste para Leste, além do mecanismo que a direciona. Assim, ela vagueia, sem se movimentar muito longe ou rápido. Baixa pressão segregada pode trazer condições de tempo semelhantes para uma espaço por vários dias. Se o sistema de baixa pressão tiver muita umidade, pode promover dias seguidos de chuva para uma região, aumentando o risco de inundações.

Estas baixas segregadas ocorrem nos hemisférios Setentrião e Sul. No hemisfério Setentrião, elas se formam ao Sul da manante de jato; no hemisfério Sul, ao setentrião da manante de jato. Cá na América do Sul, comumente se formam na costa do Chile e avançam para Leste em direção ao meio da Argentina, dando origem a ciclones extratropicais. São as baixas frias que no Setentrião do Chile costumam provocar chuva no deserto do Atacama, deixando o lugar florido, principalmente no outono.

O grande temporal de janeiro deste ano com vento de 130 k/h que atingiu Porto Satisfeito, por exemplo, teve porquê uma das causas uma baixa fria segregada. A baixa fria moveu-se do Chile para o Núcleo da Argentina e o Uruguai, gerando tempestades severas de vento e saraiva.

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FONTE:METSUL

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