Como a chuva na Espanha se compara a que caiu no Rio Grande do Sul

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JOSÉ JORDAN/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Um incidente de chuva fabuloso e extraordinária atingiu o Sudeste da Espanha com as precipitações mais extremas atingindo a comunidade de Valência. O balanço parcial de mortos até o meio-dia desta quarta-feira, hora de Brasília, indicava 72 vítimas fatais com dezenas de desaparecidos.

Imagens registradas na terça-feira e publicadas em redes sociais mostraram torrentes de chuva da enchente catastrófica arrasando ruas e arrastando carros em Valência de outras cidades da região. Milhares de carros nas ruas e estradas foram arrastados e empilhados pela correnteza. Os sistemas de transporte ferroviário e leviano também foram gravemente afetados.

A chuva extraordinária que atingiu Valência foi efeito de um multíplice cenário meteorológico envolvendo um bloqueio atmosférico. A pretexto maior foi o que se labareda em Espanhol de DANA, o que cá no Brasil denominamos de meio de baixa pressão em médios e altos níveis da atmosfera ou baixa segregada ou fria.

Havia uma bolha de calor no Setentrião da África no momento do evento extremo de chuva, contribuindo para a instabilidade extrema com a formação de nuvens carregadas sobre o Mediterrâneo que avançaram para o Sul da Espanha.

De contrato com o serviço meteorológico espanhol Aemet, estação automática do órgão anotou em exclusivamente um dia 445,4 mm. É a maior precipitação em 24 horas na Comunidade Valenciana desde a baixa fria de 11 de setembro de 1996, quando caíram 520 mm em Tavernes de la Vall. A média anual de precipitação na região está ao volta de 500 mm.

Outras estações indicaram acumulados tão ou mais altos. Em Chiva, Oeste de Valência, o amontoado de chuva foi absurdamente cimo. Caíram 491,2 mm em exclusivamente oito horas, ou seja, um ano de chuva em exclusivamente um terço do dia. Em exclusivamente quatro horas, a precipitação somou 343 mm. Outros registros na província de Valência por estações meteorológicas automáticas apontaram ainda 300 mm em Bunyol e em Requena.

GABI VALCARCEL

GABI VALCARCEL

Porquê a chuva extrema da Espanha se compara com a que atingiu o Rio Grande do Sul entre o termo de abril e o início de maio, o que levou a cheias recordes de rios porquê Caí, Taquari e Jacuí, além das enchentes com dimensões nunca vistas antes em Porto Contente e outras cidades gaúchas.

Na estação convencional de Caxias do Sul, os acumulados em 24 horas foram de 40,6 mm em 28 de abril; 4,3 mm em 29 de abril; 132,8 mm em 30 de abril; 148,1 mm em 1º de maio; 192,4 mm em 2 de maio; 35,6 mm em 3 de maio; 27,5 mm em 4 de maio; e 38,8 mm em 5 de maio. No período entre 25 de abril e 10 de maio choveu 652,8 mm. Só entre os dias 30 de abril e 2 de maio caíram 473 mm, volume semelhante ao que caiu em exclusivamente um dia na cidade espanhola de Chiva, em Valência.

Em Santa Maria, a estação da cidade do Núcleo do estado registrou acumulados em 24 horas de 134,6 mm em 30 de abril; 213,6 mm em 1º de maio; e 122,5 mm no dia 2 de maio. O totalidade em exclusivamente três dias foi de 470,7 mm, semelhante ao que caiu na cidade espanhola de Chiva em tão-somente um dia. No período de 25 de abril a 10 de maio, a cidade gaúcha registrou 526,1 mm.

Os meses mais chuvosos de toda a série histórica de Porto Contente, que se iniciou em 1910, são maio de 2024 com 539,9 mm; setembro de 2023 com 447,3 mm; maio de 1941 com 405,5 mm; junho de 1944 com 403,6 mm; abril de 1941 com 386,6 mm; e junho de 1982 com 365,6 mm.

Ou seja, o que choveu em poucas horas ontem na cidade espanhola de Chiva equivale pouco mais ao que caiu de chuva em quase todo o mês de maio de 2024 em Porto Contente, no mês mais pluviátil da história da cidade. O voluma na localidade valenciana superou o que choveu no mês inteiro nos segundo e terceiro meses mais chuvosos da história da capital gaúcha.

Assim, a precipitação em pontos de Valência, na Espanha, superou o amontoado em 24 horas de qualquer cidade do Rio Grande do Sul no evento de chuva extrema do termo de abril e o início de maio, mas se considerado o período prolongado de instabilidade que atingiu o Rio Grande do Sul os volumes foram parecidos ou o duplo do que choveu em um só dia na região mais castigada da Espanha.

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FONTE:METSUL

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