Crianças Sabidas traz arte, educação e jovens lideranças da Amazônia

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No último incidente da temporada Trilhinhas Amazônicas, o podcast Crianças Sabidas mostra ações de conservação da floresta feita por artistas, educadoras e jovens lideranças. 

Para conscientizar sobre o problema do aquecimento global, o repórter e poeta indígena Thiago Hakiy, do povo Mawé, escreve histórias baseadas na própria veras.

“Na escola eu sempre encontrei livros que não tinham zero a ver com a minha veras. Falavam sobre tubarão, e eu nunca vi tubarão nem em televisão, que não tinha. De frutas era maçã, era morango, era pera, que eu nunca tinha comido sequer. Logo, eu me sentia um perdido na literatura que nos enviavam para as escolas quando era pequeno. Logo, quando eu escrevo hoje, eu escrevo pensando nos meninos e nas meninas, nos curumins e nas cunhatãs, nascidos iguais a mim, nascido no meio da floresta, que andam de canoa. Eu escrevo com elementos locais, para que o aluno possa se sentir naquela canoa que está na história, o leitor possa se sentir comendo aquele tambaqui com farinha que nós comemos cá. E não um atum que nunca viram, mas que está no livro lá”.

Indígena do povo Munduruku, Marciele Albuquerque é a cunhã-poranga do Boi Caprichoso do Festival de Parintins. Para ela, a arte é um caminho para se chegar na luta política.

“A arte, ela desperta o tino político. Quando você está na arte, você começa a questionar. Através do questionamento, você começa a buscar respostas, começa a querer lutar por um pouco, por um lado. Foi logo que despertou o meu. Ninguém chegou, sendo a política tradicional, direta. Logo, através da arte, consegui ter esse tino muito crítico que a gente consegue ver, vamos lutar coletivamente, qual é o nosso lado? Logo, a arte, ela tem essa força de unir e lutar coletivamente, de uma forma mais ligeiro, e até furar bolhas”.

Na espaço de ensino, a professora Maria do Carmo Barcellos, conhecida uma vez que Maria dos Índios, trabalha com a formação dos professores indígenas, aproveitando o grande conhecimento que eles têm sobre a floresta, no município de Cacoal.

“Nesse material, nas escolas, a gente aborda as mudanças climáticas, tem uma pegada intercultural, partindo do conhecimento tradicional pro conhecimento científico, né. Logo, a gente começa a falar dessa história das mudanças climáticas buscando os sinais da natureza. Por exemplo, quando as cigarras estão cantando muito, a chuva vem, não é? Quando o sapinho não sei o que, coaxa muito, vem a chuva, ou vai chegar a seca. E a partir daí a gente começa a buscar o entendimento, mormente que os mais velhos têm, né. No material tem uma coisa muito de trabalho interativo, de atividades que as crianças têm que buscar a resposta”.

Prima em segundo  proporção de Chico Mendes, a jovem Raiara Barros labareda sua geração para lutar pela Amazônia.

“Realmente o porvir, né, da Amazônia está nas nossas mãos. É uma tarefa nossa, a gente passar detrás de alguma forma de retardar, né, o termo do mundo. Eu me inseri, né, tipo, nesse lugar onde eu estou, porque eu sabia que um dia quem estaria no lugar do meu pai seria eu, seriam meus irmãos, seria os jovens, né. E eu acho que nós somos, sim, responsáveis. Juntar tantos outros jovens que tem por aí. Eu sempre digo que não é só a juventude de suplente, né, que tem que estar nesse lugar de luta, né, e tudo mais. Acho que a juventude também da cidade tem que estar, porque não afeta só a gente que está cá dentro, afeta a todos. Logo seria muito fundamental, né? Todas as pessoas participarem, porque daqui a um tempo, se a gente continuar da forma que está, aí não tem porvir para ninguém”.

A série já mostrou a Amazônia e falou sobre a reunião que vai ocorrer em novembro em Belém, a COP30, onde vão ser discutidas as ações para que a crise climática não fique pior do que já está. No segundo incidente, conhecemos as histórias incríveis escondidas na floresta e uma vez que os cientistas estão monitorando a situação dos bichos e do ar na Amazônia.


FONTE: CANAL RURAL

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