Dois possíveis ciclones geram cenário de alerta para o Sul do Brasil

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A MetSul Meteorologia alerta para um incidente de instabilidade que pode trazer chuva com volumes localmente elevados e talvez até excessivos com risco ainda de rajadas de vento possante e de temporais isolados, consequência de duas potenciais áreas de baixa pressão que podem se transformar em dois ciclones.

Trata-se de um cenário meteorológico por demais multíplice que os modelos numéricos de computador usados pelos meteorologistas não estão conseguindo resolver de forma adequada com enormes diferenças em suas projeções, principalmente quanto à segunda superfície de baixa pressão.

Áreas de instabilidade ingressam hoje pelo Oeste do Sul do Brasil enquanto nas demais superfície o sol aparece com nuvens e faz calor com tempo bastante furtado. Da tarde para a noite, a chuva atinge diversos pontos do Sul do Brasil, embora não todas as cidades.

Já o sábado vai se iniciar com chuva em muitas áreas, mas ao longo do dia a instabilidade começa a seguir para o oceano. Mesmo assim, ainda em chove em vários pontos com instabilidade intercalada com momentos de melhoria temporária.

No domingo, por sua vez, o sol aparece com nuvens em meio a períodos de cobertura maior de nebulosidade na maior segmento do Sul do Brasil, entretanto ocorrerá chuva isolada em diversos locais, principalmente da tarde para a noite.

No primórdio da semana, áreas de instabilidade ainda atuam com nuvens e chuva, principalmente em pontos do Sul e do Leste do Rio Grande do Sul, assim uma vez que em áreas mais perto da costa em Santa Catarina e no Paraná.

Um caos nas projeções

O cenário meteorológico que levará à instabilidade é considerado bastante multíplice e sujeito ainda a modificações, de forma que deve ser monitorado atentamente por nossa equipe.

Modelos meteorológicos durante toda a semana apresentaram projeções diferentes para um núcleo de baixa pressão e os dados seguem apresentando enorme divergência para os próximos dias, o que torna o prognóstico difícil e reptante.

Normalmente, quase nunca há uma identidade absoluta em projeções de modelos, com os modelos convergindo no macro e divergindo na microescala. Mas que 24 horas a 36 horas antes haja uma divergência tão absurdamente grande entre eles sobre um sistema de grande graduação uma vez que um potencial furacão ou dois não é geral e não recordamos de ter visto alguma coisa igual em anos recentes.

Inicialmente, um núcleo de baixa pressão vai seguir do Setentrião da Argentina e do Sul do Paraguai entre esta sexta e o sábado de Oeste para Leste em direção ao Sul do Brasil, instabilizando o tempo com chuva e risco de temporais localizados.

Na sequência, esta primeira baixa pressão vai dar origem a um furacão extratropical na costa do Sul do Brasil no primórdio da semana, mas os dados em universal não apontam que esse furacão no oceano ofereça impactos relevantes no Sul, exceto por uma frente fria que vai se estender com chuva e temporais no Meio do Brasil.

O drama de prognóstico está em uma segunda superfície de baixa pressão, essa com um potencial de trazer impactos maiores, em privado no Rio Grande do Sul. Oriente sistema deve se formar entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul neste termo de semana com chuva e risco de vento possante.

Observe os quatro mapas inferior. Eles mostram as projeções de chuva e pressão para a madrugada do domingo (para o mesmo dia e horário) dos modelos europeu (ECMWF), norte-americano (GFS), canadense (CMC) e teutónico (Icon). Atente uma vez que as projeções diferem radicalmente.

METSUL

O protótipo europeu indica um furacão de 997 hPa na costa do Litoral Sul gaúcho e uma baixa pressão a Leste de Santa Catarina que dará origem a um furacão distante da costa. O norte-americano projeta uma baixa profunda de 999 hPa no Sul gaúcho e outra de 997 hPa no Atlântico, a Leste de Santa Catarina, que dará origem a um furacão.

Já o canadense não indica a baixa no Sul gaúcho e aponta um furacão de 993 hPa sobre o mar a Leste do Litoral Setentrião gaúcho. Já o protótipo teutónico projeta cenário parecido com o do canadense, sem furacão no Sul gaúcho e sim na costa de Santa Catarina com 995 hPa.

Chance de dois ciclones e um pode ser atípico

O comportamento desta segunda baixa que pode dar origem a um segundo furacão no Rio Grande do Sul é bastante incomum com uma trajetória errática e quase estacionária, de pacto com a projeção do protótipo do Meio Meteorológico Europeu.

FSU

Esta trajetória errática não é o que se observa normalmente nos ciclones extratropicais que se formam na região a partir de baixa pressões no continente e que se aprofundam sobre o mar, distanciando-se do continente.

FSU

O protótipo europeu, de pacto com os diagramas de tempo, indica que pode vir a ser um furacão subtropical (núcleo quente e insensível), e não o tradicional furacão extratropical (núcleo só insensível), o que explicaria a trajetória errática deste sistema.

O cenário provável (e não visível) é, assim, de dois ciclones. O primeiro na costa e um segundo que atuaria sobre o continente com uma trajetória errática e bastante incomum de se observar que pode ser um furacão atípico, esse sim com riscos.

Chuva pode ser volumosa em algumas áreas

Uma vez que os dados divergem uma enormidade, os impactos previsos para os dois sistemas potenciais também divergem muito. Por isso, estabelecemos o proporção de crédito da previsão neste evento de grave a médio.

Os mapas inferior mostram as projeções de chuva em 72 horas até às 21h do sábado dos modelos de subida solução WRF inicializados com os modelos europeu ECMWF e norte-americano GFS, ambos oferecidos ao assinante na seção de mapas (assine cá).

METSUL

METSUL

O protótipo WRF que é inicializado com o protótipo GFS norte-americano é que mostra um cenário preocupante de precipitação com chuva com muito altos volumes em setores do Sul e do Leste gaúcho, até com marcas localmente excessivas capazes de gerar tanto alagamentos uma vez que inundações.

Já o protótipo WRF inicializado com o protótipo europeu concentra a chuva volumosa só em áreas mais ao extremo Sul do Rio Grande do Sul, ao Sul de Pelotas e Rio Grande, em privativo nos municípios do Chuí e de Santa Vitória do Palmar. Já para áreas mais ao Setentrião, o WRF europeu não projeta acumulados de precipitação significativos.

E vento?

Quanto a vento, da mesma forma que a chuva, diante de a divergência de formação e posição do segundo furacão, o que nem todos os modelos indicam, também os dados têm divergência. Os mapas inferior mostram a projeção de vento sumo em 72 horas até às 21h do domingo dos modelos de subida solução WRF inicializados com os modelos europeu ECMWF e norte-americano GFS.

METSUL

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Uma vez que se observa nos mapas, as projeções são muito distintas. Conforme o WRF que é inicializado com o protótipo norte-americano, vento moderado a possante de 50 km/h a 80 km/h pode atingir diferentes pontos da superfície do Sul e do Leste gaúcho, mas pelo WRF inicializado com o protótipo europeu (que aponta o furacão no Sul do estado) o vento poderia ser muito possante em setores mais ao Sul gaúcho, até com rajadas próximas e supra de 100 km/h em algumas áreas.

Os dados não indicam, assim, um incidente de vento significativo que seja espaçoso e alcance um grande número de locais. Onde o risco de vento possante nos parece maior é no Uruguai e no Sul gaúcho, e secundariamente no Leste do Rio Grande do Sul e talvez o Sul de Santa Catarina. As áreas do Chuí, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande são as de maior atenção.

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FONTE:METSUL

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