A Embrapa Agrossilvipastoril concluiu o primeiro ciclo de 12 anos do maior experimento global com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), realizado em Sinop (MT). Nascente estudo trouxe insights valiosos para o uso das árvores nesses sistemas produtivos, oferecendo bases técnicas para decisões fundamentadas.
O experimento utilizou eucalipto (clone H13) devido ao seu rápido propagação e versatilidade. As árvores foram testadas em integração lavoura-floresta (ILF), pecuária-floresta (IPF) e ILPF, além de monocultura porquê controle. As árvores foram inicialmente plantadas em renques (fileiras) de três linhas, com espaçamento de 30 metros; posteriormente, algumas intervenções reduziram esse espaçamento para 37 metros em linhas simples.
Durante os 12 anos, o estudo monitorou o propagação das árvores, operações de manejo, porquê poda e desbastes, acúmulo de biomassa e carbono, e a produção de madeira, que variou entre 87 m³ e 114 m³ por hectare (ha).
O pesquisador Maurel Behling destacou a preço de considerar a produtividade totalidade do sistema ao aumentar o número de árvores, pois isso pode reduzir a produção de grãos e forragem.
“Quando falamos em sistemas de integração, temos que pensar na produtividade de todo o sistema. Se eu aumento o número de árvores, terei redução na produção da lavoura e da pecuária. Sendo assim, o maior número de árvores tem que fazer sentido na avaliação global”, disse.
Comportamento de propagação e carbono
O experimento mostrou que sistemas integrados apresentam o efeito bordadura, onde as árvores externas recebem mais luz, chuva e nutrientes, resultando em maior diâmetro e acúmulo de biomassa.
No sistema ILPF, o acúmulo de carbono por árvore superou 30 kg/ano, significativamente maior que os murado de 20 kg/ano observados na monocultura.
Além do carbono armazenado na madeira, as árvores também contribuem para a material orgânica no solo, com murado de 10 toneladas de resíduos por hectare, sem narrar tocos e raízes que representam 20% da biomassa totalidade.
Recomendações
Behling enfatiza que os resultados obtidos oferecem subsídios importantes para o planejamento de sistemas ILPF. Sistemas com traço simples são indicados para quem deseja somar renda ou melhorar o conforto térmico para o mancheia. Já para aqueles que buscam indemnizar a produção de lavoura e pecuária com a venda de madeira, renques de múltiplas linhas são mais adequados.
O mercado consumidor da madeira deve ser considerado no planejamento. Na região médio-norte de Mato Grosso, a demanda por biomassa aumentou com a instalação de usinas de etanol de milho, enquanto a madeira serrada ainda não é amplamente utilizada, mas há demanda para madeira tratada em cercas, postes e construção social.
Término do ciclo e perspectivas para integração
O experimento de ILPF com foco na pecuária de namoro e produção de grãos está sendo finalizado com o namoro raso dos eucaliptos. A superfície do estudo ainda possui 3.666 árvores em 43 hectares, com um volume estimado de 3.568,33 m³ de madeira, representando um valor de murado de R$ 514 milénio.
Com o término deste ciclo, um novo trabalho iniciará no próximo período pluvial, incluindo o uso de teca porquê componente arbóreo, além do eucalipto. A teca perde suas folhas no período sedento, reduzindo a sombra para os animais, enquanto o eucalipto contribuirá para o conforto térmico e o escalonamento de receitas.
Maior experimento do mundo em ILPF
O experimento da Embrapa é um dos maiores, se não o maior do mundo com esse sistema, abrangendo 72 hectares com dez tratamentos distintos. Desde a instalação, em 2011/2012, pesquisadores de diversas especialidades têm analisado aspectos de solo, dinâmica de chuva, microclima, forragicultura, sanidade bicho e vegetal, microbiologia e emissão de gases de efeito estufa.
Entre os resultados, destaca-se o Sistema PPS (Precocidade, Produtividade e Sustentabilidade), uma estratégia de manejo da pecuária de cria utilizando ILP e IPF.