Embrapa lança protocolo para irrigação sustentável de cana no Cerrado

#Compartilhar:

Pesquisadores da Embrapa idealizaram um conjunto inovador de parâmetros, coeficientes e estratégias para o manejo eficiente e sustentável da rega de cana-de-açúcar no Tapado, denominado Protocolo BRCana. O objetivo é aumentar a produção, reduzir custos por tonelada e a suscetibilidade ao déficit hídrico acentuado pelas mudanças climáticas.

A tecnologia também melhora a sustentabilidade da produção ao reduzir a demanda de terreno e chuva, apresentando uma menor pegada hídrica comparada à produção de sequeiro.

A recomendação da tecnologia é de que o manejo da rega de cana-de-açúcar seja realizada pelo método combinado, utilizando o clima porquê base e adicionando a umidade do solo e o sensoriamento da vegetal porquê camadas adicionais de informação. Também inclui parâmetros customizados focados na eficiência do uso da chuva e na economicidade da produção de cana no Tapado, abrangendo o manejo nas fases de desenvolvimento e maturação.

“O BRCana é um referencial técnico inédito, com protocolo sólido e extenso para adoção de sistema irrigado de produção no Tapado, permitindo romper substancialmente patamares de produtividade, longevidade e eficiência no uso de chuva e terreno”, afirma o pesquisados da Embrapa Meio Envolvente Vinicius Bufon. A tecnologia pode ser aplicada a outros biomas e países produtores.

A prática agropecuária foi desenvolvida sob plataforma experimental de longa duração, conferindo semelhança às condições reais de produção. Segundo Bufon, o desenvolvimento ocorreu dentro de usinas sucroenergéticas sob a estratégia de “pesquisação” – onde o usuário final atua porquê coparticipante do desenvolvimento das técnicas -, o que confere elevada solidez e aplicabilidade à tecnologia. A adoção da rega em segmento das áreas das usinas foi indicada porquê estratégia de adaptação às mudanças climáticas e incremento da sustentabilidade.

O processo de rega, seja de salvamento ou deficitária, é multíplice, mormente em culturas de ciclo produtivo longo porquê a cana-de-açúcar. Desde 2012, o método tem sido escalado para uso mercantil nas usinas dos grupos Jalles Machado, São Martinho, Grupo Pedra Agroindustrial, Subida Mogiana, Raizen e Santa Adélia. Com a tecnologia, a produtividade média das áreas irrigadas, em ciclos de estudo de 12 anos, aumentou 70%, de 71 toneladas de cana por hectare para 120 t/ha.

O agravamento da crise climática gera riscos para a segurança cevar. Políticas nacionais e organismos internacionais indicam a produção irrigada, conduzida de forma eficiente e sustentável, porquê uma utensílio de mitigação das mudanças climáticas e suporte à segurança cevar. Bufon demonstrou que a produção irrigada auxilia na mitigação das mudanças climáticas e aumenta a eficiência ambiental da produção sucroenergética.

Ele enfatizou que a estratégia não requer irrigar a maior segmento das áreas, nem adoção de rega plena, mas indicou dois caminhos: a rega de salvamento, que entrega somente de 3% a 4% da demanda hídrica da cultura, garantindo a brotação do canavial; e a rega deficitária, por gotejamento ou pivô, que entrega de 15% a 35% da demanda hídrica totalidade da cana, com grandes efeitos na produtividade, longevidade, eficiência de uso da terreno e redução de custos.

Bufon apresentou dois cenários de adaptação às mudanças climáticas. No primeiro, 32% da dimensão da usina receberiam rega, sendo 5% com rega deficitária e 27% com rega de salvamento. No segundo, 45% da dimensão seria irrigada, sendo 8% com rega deficitária e 37% com rega de salvamento. No primeiro cenário, a eficiência de uso da terreno aumentaria 10%, com economia de R$ 26 milhões por ano, enquanto no segundo cenário, a eficiência aumentaria 20%, com economia de R$ 42 milhões.

Bufon salientou que, se a usina optasse pela expansão nivelado em novas áreas, no cenário 1, seria necessária a soma de 6.900 ha de terreno, com dispêndio de formação de canavial de aproximadamente R$ 110 milhões. No cenário 2, a demanda de expansão seria de 9.900 ha, com dispêndio de R$ 158 milhões.

“A produção irrigada, se adotada com parâmetros e estratégias corretas e sob bom busto de regulação e gestão para o uso racional dos recursos hídricos, é mais sustentável e eficiente do que a produção de sequeiro”, afirmou Bufon.

FONTE: CANAL RURAL

#Compartilhar:
error:
Rolar para cima