Especialistas afirmam que só gelo não derrubou avião em São Paulo

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Queda de avião ATR-72 da Aeropass deixou 62 mortos no interno de São Paulo no prelúdios da tarde de ontem | MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Uma das principais hipóteses para a queda do avião da Voepass em São Paulo no início da tarde de ontem é a formação de gelo, mas especialistas em aviação ponderam que somente gelo não teria causado o sinistro que deixou 62 mortos no município paulista de Vinhedo.

O expert em aviação Lito Sousa, do popular meato Aviões e Música do Youtube, destaca que as condições meteorológicas serão uma das principais linhas da investigação do acidente, mas que somente gelo não explica a queda do avião.

“Somente um fator não faz avião se acidentar. Tem de possuir outros fatores envolvidos”, afirma. Avião não vai desabar somente por condições atmosféricas adversas, senão não teríamos voos no Alasca ou na Sibéria. Todo acidente é uma enxovia de eventos e não uma razão única”, explica Lito.

Lito Souza afirma que o que se viu é extremamente vasqueiro e diz que não se recorda de um acidente desatento igual com a avião se precipitando em parafuso raso. Souza explica que a avião possui sistemas infláveis e de aquecimento para impedir o acúmulo de gelo.

De convénio com Lito Souza, os modelos de ATR, os mais usados no mercado de aviação regional, são projetados para operações de curta duração, voando grave e não tão rápido por conta das hélices.

Na altitude em que voa o ATR é que normalmente ocorre a formação de gelo, o que exige cuidados especiais do piloto, uma vez que descer o avião em subida velocidade para que a temperatura maior nas camadas mais baixas retire o gelo da asa.

O gelo afeta a aerodinâmica com consequência para o fluxo de ar sobre a asa, o que pode levar à perda de controle e ao chamado estol. Esse fator poderia ter contribuído para a queda da avião da Voepass, mas Sousa ressalta ainda ser cedo para proferir.

A avião ATR-72 da empresa aérea Voepass (antiga Passaredo) caiu no prelúdios da tarde desta sexta-feira no município de Vinhedo, no estado de São Paulo. Conforme as autoridades, não houve sobreviventes na queda do aparelho que transportava 62 pessoas, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes.

O voo 2283 deixou Cascavel (Paraná) às 11h58 com direcção a Guarulhos (São Paulo). A avião de matrícula PS-VPB, fabricada em 2010, caiu em Vinhedo por volta das 13h25, quando já tinha iniciado a descida para o pouso no aeroporto paulista.

Uma frente fria atuava com nuvens e chuva no estado de São Paulo. A frente fria era impulsionada por uma possante volume de ar insensível de trajetória continental, que avança pelo interno do continente, que trazia temperatura muito baixa na Região Sul e no Mato Grosso do Sul na hora do acidente desatento. Uma baixa segregada, uma bolha de ar insensível em níveis médios da atmosfera, atuava sobre o Sul do Brasil.

Embora não se possa declarar que foi a razão, o que somente as investigações vão poder provar, existia uma mensagem SIGMET da Meteorologia da Força Aérea (FAB) válido para o estado de São Paulo de gelo severo, exigência que pode afetar a segurança aérea e já foi responsável por acidentes catastróficos no pretérito com perda de sustentação.

Reitera-se que as causas do acidente são desconhecidas e somente as investigações oficiais do órgão especializados poderão indicar. A Meteorologia, que sempre é avaliada em desastres aéreos, terá ainda maior atenção na investigação do voo 2282 devido às condições atmosféricas presentes no momento do sinistro.

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FONTE:METSUL

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