Nos últimos anos, a cirurgia para explante de silicone ganhou visibilidade entre mulheres que buscam retirar suas próteses mamárias por razões de saúde ou por estarem repensando suas escolhas estéticas.
A tendência reflete uma mudança de comportamento em que o libido por uma aspecto mais proveniente vem crescendo, juntamente com a preocupação com possíveis riscos à saúde associados ao uso prolongado de implantes.
A decisão de remover as próteses nem sempre é simples, mas pode ser motivada por fatores variados, que vão desde desconforto a problemas de saúde.
Especialistas explicam que, além da remoção, existem diversas técnicas cirúrgicas para restaurar a forma das mamas posteriormente o explante, oferecendo soluções personalizadas para cada caso.
O que é explante de silicone?
O explante de silicone é a cirurgia de retirada das próteses mamárias. Segundo Agnaldo Castro, membro profissional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e segmento da equipe do IBCC Oncologia, o procedimento é indicado tanto para pacientes que desejam remover os implantes por questões pessoais quanto para aquelas que enfrentam problemas porquê contratura capsular ou rupturas nos implantes.
Segundo os especialistas, algumas pacientes não se identificam mais com o volume ou formato dos seios e optam pela remoção.
Porquê é feita a cirurgia?
O processo varia conforme a urgência de ajuste do tecido mamário. Nos casos mais simples, uma pequena incisão de até 5 cm é feita no sulco aquém da pomo (região onde o seio encontra-se com o tórax) para acessar e remover a prótese, juntamente com a envoltório formada ao volta dela.
Se houver excesso de pele, é generalidade realizar uma incisão em formato de “T” virado, o que possibilita a retirada da pele excedente e a remodelagem da pomo.
Josué Montedonio, cirurgião plástico, com especialização pela Santa Vivenda de Misericórdia de Santos, ressalta que em algumas situações é feito um enxerto de gordura para melhorar a forma dos seios posteriormente a retirada do implante, compensando parcialmente a perda de volume.
Quando o explante é recomendado?
O explante pode ser realizado por qualquer mulher que deseje remover seus implantes, mas existem casos em que a cirurgia não é uma escolha, mas uma urgência. Contratura capsular, ruptura do implante e doenças autoimunes associadas ao silicone, porquê a síndrome ASIA, são algumas das indicações médicas para o procedimento.
“Embora não haja garantia de tratamento, a remoção do silicone é um passo importante no tratamento dessas condições”, destaca Castro.
Ambos os especialistas concordam que a presença de um corpo estranho no organização envolve riscos. A contratura capsular, a extrusão do implante e o extravasamento do gel de silicone são complicações conhecidas.
Montedonio explica que a nequice no revestimento da prótese pode motivar vazamento do gel, identificado em exames de imagem.
Porquê é o pós-operatório?
A recuperação depende da complicação da cirurgia. Nos casos mais simples, onde não há urgência de grandes ajustes no tecido mamário, a paciente pode retomar suas atividades em até duas semanas.
“Quando há remoção de pele ou reposicionamento da pomo, o tempo de recuperação pode chegar a quatro semanas”, aponta Castro.
Mesmo em procedimentos mais complexos, a recuperação costuma ser rápida e o retorno à rotina ocorre, em média, em até dez dias.
E as cicatrizes?
As cicatrizes variam de congraçamento com o tipo de incisão necessária. Em casos simples, ficam discretamente escondidas no sulco aquém da pomo.
Já nas cirurgias que envolvem ajustes significativos de pele, as cicatrizes em “T” virado são mais evidentes. No entanto, com cuidados adequados, a cicatriz pode se tornar quase imperceptível posteriormente seis meses, segundo os especialistas.
O explante de silicone é uma decisão importante e deve ser feita com seguimento médico especializado para alinhar expectativas e resultados. “Para algumas mulheres, o processo pode ser libertador, enquanto para outras pode requisitar um período de adaptação ao novo corpo”, finaliza Montedonio.