A guerra entre Irã e Israel deve entrar na taxa da reunião da Cúpula dos Brics. Além do Irã, que se tornou membro do conjunto em janeiro de 2024, o conflito envolve interesses de Rússia e China, parceiros próximos do Irã.
O Brasil está distante geograficamente da guerra, mas, uma vez que atual presidente do grupo, deve se posicionar. É o que acredita a professora de História Contemporânea e Política Internacional da UFRJ, Beatriz Bissio.
“O tema da silêncio e da guerra, sem incerteza, estará lá, e aí o Brasil vai ter uma termo a expressar, e eu estou certa de que esse tema que estamos analisando cá, da agressão ao Irã e, em última instância, a questão Palestina, serão objeto da reunião dos Brics.”
A professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá de Tecnologia, Carolina Pavese, diz que a ingressão do Irã no Brics indica que o país não está solitário. Uma vez que o conjunto não tem uma agenda de segurança, ainda é cedo para estimar uma vez que países que não estão envolvidos diretamente vão se posicionar sobre o conflito.
“O que a gente tem até agora de indicativo do Brasil é a repetição de um exposição que o Brasil aplica em todos os conflitos, que é pela resguardo da autodeterminação dos povos, da soberania, pelo recta internacional, pelo valor da diplomacia, se colocando contra conflitos. Muito provavelmente vai ser esse o tom do exposição do governo brasiliano.”
Existem interesses opostos nesse conflito, mesmo entre os membros do Brics, avalia o professor de Relações Internacionais Robson Valdez, do IDP. China e Rússia tendem a manter um espeque político e econômico ao Irã. Já Brasil, Índia e África do Sul podem ter uma postura mais cautelosa, para que o Brics não seja visto uma vez que um conjunto anti-ocidental.
“Porque há interesses divergentes entre os membros dos Brics, diante principalmente de um cenário tão multíplice uma vez que oriente, que é uma guerra ensejo envolvendo Estados Unidos, Irã e Israel. Portanto, o Brics corre o risco de se tornar refém das tensões entre seus membros mais belicosos e mais pragmáticos.”
Nesta terça-feira (24), o Brics publicou uma nota em que diz que os riscos da escalada do conflito no Oriente Médio para a silêncio e a segurança internacionais são imprevisíveis. O conjunto pediu ainda que as partes envolvidas priorizem o diálogo e a diplomacia na procura por uma solução pacífica.
A reunião da Cúpula dos Brics acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.