A operação realizada na Cracolândia, em São Paulo, resultou na prisão de quatro guardas civis metropolitanos sob suspeita de lavagem de moeda e outros crimes. O promotor de justiça Juliano Atoji, em entrevista à CNN Brasil, afirmou que houve conivência do poder público nas ações ilícitas que ocorreram na região.
Segundo Atoji, a investigação conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Próprio de Combate ao Transgressão Organizado), Ministério Público e Polícia Social, aponta para um esquema criminoso envolvendo 22 guardas civis. O promotor destacou que oriente esquema vem operando há pelo menos quatro anos, desde 2019, levantando sérias questões sobre a eficiência da supervisão e controle por secção das autoridades responsáveis.
Preterição ou conivência deliberada?
O promotor foi enfático ao declarar: “Houve sem incerteza alguma conivência por secção do poder público ou preterição por secção do poder público”. No entanto, Atoji ressaltou que, neste momento, não há elementos que indiquem o envolvimento direto da chefia da Guarda Social Metropolitana ou do secretariado municipal no esquema.
A enunciação do promotor levanta questões cruciais sobre a natureza da irregularidade institucional. Atoji pondera: “Agora não se pode, nesse momento hoje, declarar se houve dolo, um dolo omissivo ou se houve uma simples preterição de fiscalização desses guardas civis do grupo especializado da Guarda Social Metropolitana”.
Esta revelação coloca em xeque a eficiência das políticas de segurança e controle na região da Cracolândia, um dos pontos mais sensíveis e problemáticos da cidade de São Paulo. A perpetuidade de um esquema criminoso por tanto tempo, envolvendo agentes públicos, sugere falhas graves nos mecanismos de fiscalização e accountability dentro das instituições responsáveis pela segurança pública.
As investigações em curso prometem lançar mais luz sobre a extensão do envolvimento de agentes públicos e possíveis falhas sistêmicas que permitiram a perpetuação dessas atividades criminosas. A sociedade paulistana aguarda ansiosamente por respostas e, principalmente, por ações efetivas que possam restaurar a crédito nas instituições de segurança pública e trazer melhorias concretas para a região da Cracolândia.
Confira a entrevista na íntegra: