Considerada a principal suspeita de ter matado as duas filhas gêmeas, de 6 anos, em um pausa de oito dias, Gisele Beatriz Dias, 42 anos fez uma falsa denúncia de estupro contra o pai das garotas. O varão não é investigado pelos assassinatos e a denúncia de crimes sexual contra ele foi arquivada.
A informação foi divulgada pelo representante Ivanir Caliari, que é o responsável pelas investigações sobre o caso, ocorrido na cidade de Igrejinha (RS), a respeito de 90 quilômetros de Porto Contente.
“Verificamos que no ano pretérito foi registrada uma ocorrência de estupro, feita pela mãe, acusando o pai [das crianças] de ter cometido insulto sexual contra as meninas”, afirmou o representante.
Segundo ele, essa denúncia foi feita em um momento em que o par estava separado e o pai tinha a guarda das gêmeas.
“No curso do questionário, foi verosímil verificar, através da perícia do IGP [Instituto-Geral de Perícias], que as meninas foram induzidas a declarar tal estupro cometido pelo pai”, acrescentou Caliari.
Ao término das investigações, disse o representante, Gisele admitiu que fez a falsa denúncia com o intuito de permanecer com a guarda das filhas.
“Conduta perversa”
O representante destacou também que, segundo testemunhas, a mãe das meninas apresentava uma “conduta perversa”. Uma outra filha do par prestou prova e, de concórdia com Caliari, “disse que não duvidava que ela [a mãe] fizesse qualquer mal às suas irmãs, tendo em vista sua conduta ao longo de sua convívio com ela”.
“Ela presenciou fatos diversos que levam ela a não duvidar que ela tenha feito qualquer mal para suas irmãs”, acrescentou.
“Verificamos através do prova da filha que a mãe tinha por conduta colocar remédio na comida do pai, misturar remédio, para que ele dormisse sempre que ela tivesse com qualquer desagrado em relação a ele”, complementou o representante.
Gatos envenenados
Três meses antes das mortes das meninas, três gatos da família delas foram mortos sem uma desculpa aparente. A polícia investiga se há relação entre os casos.
“Os gatos apareceram mortos misteriosamente no interno da lar sem desculpa justificada, sendo que os gatos eram domésticos e não saíam para a rua”, disse o representante. “Essa questão do intoxicação dos gatos coloca um ponto de interrogação se tal roupa não ocorreu com o intuito de fazer um planejamento para uma ulterior intoxicação das meninas”, disse Ivanir Caliari.
Uma vez que foram as mortes
No dia 7 de outubro, Manoela Pereira passou mal enquanto dormia. A rapariga chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu e morreu. Na última terça-feira (15), Antônia morreu da mesma forma, no hospital, posteriormente suportar uma paragem cardiorrespiratória enquanto dormia.
O que chamou a atenção da polícia foi o roupa de as duas mortes terem ocorrido de maneira semelhante. Aliás, as garotas não tinham problemas relevantes de saúde.
No dia 16, Gisele foi presa. A polícia suspeita que ela tenha envenenado as filhas. A desculpa das mortes, porém, só será esclarecida quando o laudo permanecer pronto.
De concórdia com as investigações preliminares, não havia sinais aparentes de violência nos corpos das irmãs. O médico que atendeu as meninas nas duas ocasiões também foi ouvido pela polícia.