A ministra do Meio Envolvente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu, nesta quarta-feira (2), a autonomia do Ibama na estudo e controle ambiental dos agrotóxicos em uso no país.
Marina Silva prestou esclarecimentos na Percentagem de Lavoura, Pecuária, Provisão e Desenvolvimento Rústico da Câmara dos Deputados. Um dos requerimentos questionava o delonga do ministério na avaliação de novos defensivos agrícolas.
A ministra criticou pedidos de liberação de agrotóxicos em desuso em várias partes do mundo e destacou que as análises são criteriosas, visando a proteção da saúde pública, do meio envolvente e do produtor rústico.
“Nós temos uma fileira enorme de pedidos de avaliação para novos ‘defensivos’, agrotóxicos. Mas a maioria deles são genéricos, que não têm mudança nenhuma na molécula. E muitos processos que são princípios ativos totalmente antigos, fora de circulação em vários países e que não ajudam na qualidade da produção agrícola brasileira, muito menos a saúde”.
Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que instituiu o Programa Pátrio de Redução de Agrotóxicos. A medida procura diminuir de forma progressiva o uso de agrotóxicos, mormente os considerados altamente perigosos ao meio envolvente e à saúde humana.
Marina Silva destacou ainda que o trabalho realizado pela superfície ambiental é fundamental para as práticas agrícolas mais sustentáveis.
“O ministério da Lavoura tem o seu papel, mas nós não compreendemos uma vez que alguém pode crer que estudo ambiental, estudo das implicações em relação à saúde, terão que ser feitas unicamente pelo ministério da Lavoura. É uma gestão e uma responsabilidade compartilhada”.
A ministra do Meio Envolvente também ressaltou os números positivos do combate ao desmatamento e enfatizou que a redução só não foi maior por desculpa dos incêndios ocorridos em 2024, em função das mudanças climáticas.
“Qual foi a medida fundamental? Controle do desmatamento, parceria com os governadores. Se nós não tivéssemos uma redução, nos primeiros dois anos, de 46% no desmatamento na Amazônia e 32% no país inteiro, essa química teria sido incomparavelmente mais perversa”
Sobre as providências tomadas pelo governo federalista para o combate aos incêndios florestais, Marina Silva citou o aumento de 30% no número de brigadistas nas operações do Ibama e do ICMBio e recursos da ordem de R$ 1,5 bilhões, frente a menos de R$ 400 milhões gastos com esse término no governo Bolsonaro.