Uma megaoperação, deflagrada na manhã desta terça-feira (6), mira a atuação do PCC e de todo um ecossistema criminoso na região da Cracolândia, no meio de São Paulo. Entre os alvos dos mandados de prisão estão três guardas-civis metropolitanos e um ex-agente da GCM suspeitos de operar uma milícia que extorquia numerário de comerciantes da dimensão.
Mais de milénio agentes públicos estão nas ruas para dar cumprimento a sete mandados de prisão, 117 de procura e consumição, 46 de penhora, sequestro e bloqueio de bens e 44 de interdição de imóveis.
Batizada de Salus et Dignitas — sentença latina que significa saúde e pundonor —, a operação tem participação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), governo do Estado, Polícia Militar, Polícia Social, Polícia Rodoviária Federalista (PRF), Polícia Federalista (PF), Receita Federalista e do Ministério Público do Trabalho (MPT).
De convenção com os promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Delito Organizado (Gaeco), o PCC transformou a região meão da capital paulista em um “ecossistema de atividades ilícitas explorado por diversos grupos criminosos organizados e caracterizado pela violação sistemática aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade”.
As investigações apontam que o tráfico de drogas, controlado pela partido paulista, é unicamente uma das atividades dentro do repertório criminoso da Cracolândia.
Diversos grupos criminosos seriam responsáveis pela prática de atividades porquê o transacção ilícito e receptação de peças veiculares, armas e celulares; contaminação do solo com reciclagem e tarega; exploração da prostituição; captação ilícito de rádios transmissores da polícia e submissão de pessoas a trabalho análogo à escravidão.
Nos pedidos deferidos pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, os promotores do Gaeco afirmam que o PCC vem atuando de maneira estratégica na Cracolândia e em diversas outras áreas do meio, replicando a lógica dos agentes econômicos, só que no mercado ilícito.
“Ao prometer o controle de um território específico, consegue-se maximizar os lucros através de atividades ilícitas diversificadas, ao mesmo tempo em que restrições que limitam sua expansão são superadas. O envolvente de desordem favorece a prática de atividades ilícitas, sendo os consumidores de entorpecentes, dentre outros, vítimas das organizações criminosas”, afirma o MPSP.
Imóveis utilizados para a venda e o consumo de drogas serão lacrados no contextura da operação. De convenção com o governo de São Paulo, uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde e da assistência social, será responsável pelo atendimento às famílias que vivem nos imóveis alvos da operação.
O governo afirmou ainda que a operação conta também com ações integradas de outras pastas e da Prefeitura de São Paulo para a emissão de documentos, sustento, distribuição de kits com roupas e produtos de higiene pessoal.
A CNN entrou em contato com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU), pasta responsável pela Guarda Social Metropolitana, sobre os mandados de prisão contra os agentes. A reportagem será atualizada mal houver retorno.
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