Operações da PF aumentam após competição interna; delegados criticam

#Compartilhar:

Com o objetivo de promover “eficiência e rapidez”, a Polícia Federalista (PF) lançou o Repto PF 2025, uma competição entre as 27 superintendências pelo Brasil. No entanto, a iniciativa passou a ser questionada pela associação que representa os delegados da instituição.

A competição estabelece que “entre o período de 10/03 a 09/09, as superintendências regionais competirão isoladamente e em blocos regionais, buscando a melhor performance nos indicadores de operações, perícias e de polícia judiciária”, conforme divulgado na intranet da instituição.

Para a PF, em transmitido aos servidores, o repto “é uma forma lúdica e objetiva” de incentivar a procura por resultados estratégicos. A corporação afirma que a estratégia já é adotada por diversas organizações, públicas e privadas, funcionando porquê uma instrumento de integração, pertencimento, comprometimento e fortalecimento da cultura organizacional. A Corregedoria-Universal da PF já havia realizado desafios semelhantes em 2023 e 2024.

Neste ano, a competição tem porquê objetivos aprimorar os índices operacionais, fortalecer o siso de pertencimento e comprometimento dos servidores por meio do engajamento do efetivo, além de incentivar a identificação de boas práticas, oportunidades de melhoria e inovação.

O número de operações já começou a crescer nos estados, conforme aponta um levantamento da CNN (veja a íntegra a seguir).

O estado “vencedor” será aquele que obtiver a maior pontuação com base em diversos critérios, incluindo a redução percentual de inquéritos sem despacho há mais de 80 dias e de perícias requisitadas há mais de um ano.

Na segunda lanço, que vai até 9 de setembro, a disputa ocorre entre as cinco regiões do país. Cada uma delas competirá com base em critérios operacionais, porquê a quantidade de relatórios de operação de Polícia Judiciária — incluindo indiciamentos —, além da redução percentual de inquéritos instaurados até 2020.

Incremento de 400%

A CNN fez um levantamento e constatou que, já no primeiro dia de competição (terça-feira, 11), o número de operações da PF divulgadas nos estados aumentou em 400%, passando de 4 ações em 4 de março para 20 operações no dia 11. Isso representa um acréscimo de 16 operações em exclusivamente uma semana.

No segundo dia do repto, o número de operações também registrou um aumento significativo de 142% em confrontação com o dia 5 de março. Na quarta-feira (12), foram divulgadas 17 ações operacionais, contra 7 no dia 5, ou seja, 10 operações a mais em uma semana.

Para efeito de confrontação, os números também subiram em relação aos dias 11 e 12 de março do ano pretérito, quando foram divulgadas sete e três operações, respectivamente.

Críticas dos delegados

A Associação Pátrio dos Delegados de Polícia Federalista (ADPF) enviou, nesta terça-feira (11), um ofício ao diretor-geral da Polícia Federalista, Andrei Rodrigues, expressando a preocupação dos delegados em relação ao repto.

Segundo a entidade, não parece “minimamente razoável que o inaudito efetivo policial, já tão estressado e desgastado nos últimos anos, seja submetido a uma competição que aumenta a pressão por resultados, competitividade interna, estresse, sem que se tenha qualquer resultado qualitativo porquê consequência”.

Os delegados avaliam, por exemplo, que a iniciativa vai na contramão do que a PF vem realizando no contexto do Programa Rosa dos Ventos que, na prática, tem o objetivo de amparar os policiais administrativos e integrantes da instituição, principalmente pelo vestimenta da atividade policial ter uma trouxa elevada de estresse.

A entidade de classe faz críticas, por exemplo, à premiação, ainda a ser definida. Diz que, na Polícia Federalista, os “prêmios” ofertados são missões ou recompensas logísticas (viaturas e eletrônicos), que “constituem obrigações naturais do órgão”.

A Associação dos Delegados de PF também pediu a imediata suspensão da iniciativa e está orientando os investigadores a não participarem.

Sobre o questionamento da entidade de classe, a PF ainda não se pronunciou.

Source link

#Compartilhar:
error:
Rolar para cima