O produtor rústico Augusto Segatto, que cultiva soja em áreas de reforma de cana-de-açúcar em São Paulo e Minas Gerais, já adianta os preparativos para o plantio, com o solo praticamente pronto. Ele destaca que as áreas de cultivo estão aguardando o término do vazio sanitário e um pouco de chuva para receber as sementes. No entanto, ele observa que muitos produtores paulistas ainda estão cautelosos na compra de insumos em seguida uma safra frustrada.
“Já fizemos o preparo e a eliminação das soqueiras nas áreas de reforma do canavial, e agora estamos aguardando a chuva para iniciar o plantio. Também já enterramos o calcário nas entrelinhas da cana para plantar a soja”, diz Segatto.
Ele opera em uma superfície de 500 hectares e, mesmo com a produtividade menor na última safra, com média de 52 sacas por hectare, espera colher entre 68 e 70 sacas nesta temporada.
Segatto, que já definiu sua superfície de plantio e garantiu as compras de insumos necessários, afirmou estar otimista para o ano, apesar de reconhecer que muitos produtores ainda não tomaram essas providências.
“Acredito que grande secção das compras ainda não foram feitas, com muitos produtores ainda renegociando dívidas da safra passada e esperando uma queda nos preços dos adubos e sementes”
Azael Pizzolato Neto, presidente da Aprosoja-SP
A expectativa de consultorias para a novidade temporada indica um aumento na superfície plantada em São Paulo. No entanto, a previsão da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-SP) é de uma queda de aproximadamente 5% na superfície, que na temporada 2023/24 foi de tapume de 1,3 milhão de hectares. A justificativa é de que os produtores paulistas tenderiam a optar por culturas perenes, porquê eucalipto e cana-de-açúcar, ou culturas que fazem rotação com canaviais, porquê o mendubi.
De combinação com a Aprosoja-SP, muitos agricultores podem optar por culturas perenes nesta temporada, o que reduziria a superfície cultivada com a oleaginosa no estado
“São Paulo é um estado muito diversificado em culturas. Cá nós temos cana-de-açúcar, mendubi, citros… A soja acaba competindo com essas culturas, e acreditamos que haverá uma subtracção na superfície plantada”, afirma Pizzolato Neto.