Posteriormente a pendência com torcedores do Cruzeiro que terminou com a morte de um integrante da torcida Máfia Azul no último domingo (27), a Federação Paulista de Futebol informou nesta quarta-feira (30) que aceitou recomendação do Ministério Público de São Paulo e proibiu a Mancha Alvi Virente de entrar em estádios de futebol no estado.
A emboscada feita por integrantes da Mancha aos ônibus da Máfia Azul ocorreu na rodovia Fernão Dias. Os torcedores do Cruzeiro vinham de Curitiba, onde o time enfrentou o Athletico-PR no dia anterior, e voltavam para Belo Horizonte (MG).
O torcedor morto foi identificado uma vez que José Victor Miranda, 30 anos. Além dele, 17 pessoas ficaram feridas. Um ônibus da Máfia Azul foi incendiado. Investigações revelam que o ataque do último domingo teria sido uma retaliação em seguida uma pendência ocorrida dois anos antes na mesma rodovia.
Na manhã do dia 28 de outubro de 2022, integrantes da Mancha Virente e da Máfia Azul entraram em confronto na Fernão Dias, na fundura do município de Carmópolis de Minas.
Na ocasião, os torcedores do Palmeiras viajavam para Belo Horizonte para ver ao jogo do time contra o Atlético-MG. Os cruzeirenses, por sua vez, seguiam para o interno de São Paulo, onde o Cruzeiro enfrentaria a Ponte Preta.
Ao menos quatro palmeirenses foram baleados e socorridos para hospitais da região. Durante a pendência, o presidente da Mancha Virente, Jorge Luis Sampaio, foi espancado por cruzeirenses, que filmaram as agressões e publicaram em redes sociais.
Relembre outras brigas com morte
Outubro de 2014: Confronto com a Torcida Jovem do Santos na Anchieta
No dia 19 de outubro de 2014, integrantes da Torcida Jovem do Santos seguiam em frota rumo à cidade de São Paulo, onde haveria uma partida entre Santos e Palmeiras no estádio do Pacaembu.
Segundo registros da estação, os membros da Mancha Virente teriam feito uma emboscada contra os santistas na Via Anchieta, na fundura de São Bernardo do Campo. No entanto, os dois ônibus da Jovem do Santos conseguiram desviar e seguiram viagem.
Dois carros que vinham logo detrás e que teriam relação com a torcida santista atropelaram alguns dos palmeirenses que estavam na rodovia. Um deles, de 21 anos, morreu.
Março de 2012: “Guerra da Inajar”
No dia 25 de março de 2012, integrantes da Mancha Virente e da Gaviões da Leal –principal torcida organizada do Corinthians– se enfrentaram na avenida Inajar de Souza, na zona setentrião de São Paulo. O confronto ficou publicado uma vez que “Guerra da Inajar”.
Dois palmeirenses foram mortos a pauladas por torcedores do Corinthians. Membros da Gaviões fizeram uma emboscada contra os palmeirenses, que costumavam se encontrar naquele sítio em dias de jogos.
O ataque contra os palmeirenses foi uma retaliação em seguida a morte, no ano anterior, de um corintiano de 27 anos durante uma pendência contra a Mancha (veja aquém).
Agosto de 2011: Membro da Gaviões é estrangulado e jogado no Tietê
O ataque publicado uma vez que “Guerra da Inajar” foi um revide da Gaviões da Leal a uma pendência com a Mancha Virente ocorrida no dia 29 de agosto de 2011.
De contrato com relatos da estação, um integrante da Gaviões, de 27 anos, foi espancado por membros da Mancha. O caso também ocorreu na avenida Inajar de Souza.
O corpo dele foi localizado no rio Tietê e, segundo laudo pericial, o rapaz foi estrangulado antes de morrer.
Agosto de 1995: Guerra campal no Pacaembu
Em agosto de 1995, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram no estádio do Pacaembu para a final da Supercopa de Futebol Júnior.
Já na prorrogação, torcedores palmeirenses invadiram o campo em seguida um gol do Palmeiras e chamaram os são-paulinos para a pendência. Os rivais pegaram materiais da obra que estava sendo feita no tobogã e revidaram, transformando aquela final em uma guerra campal.
Um torcedor são-paulino de 16 anos foi espancado. Ele chegou a ser internado com politraumatismo, mas morreu dias depois da pendência. Por conta da confusão, o Ministério Público, à estação, determinou a extinção da Mancha Virente e da Torcida Independente, do São Paulo.
Anos, depois, porém, ambas driblaram a Justiça e voltaram aos estádios com outros nomes: a do Palmeiras, passou a se invocar Mancha Alvi Virente, enquanto a do São Paulo foi rebatizada uma vez que Torcida Tricolor Independente.