São Paulo enfrentou um mês de junho com condições climáticas excepcionalmente fora dos padrões históricos. O primeiro mês do inverno meteorológico (trimestre de junho a agosto) foi extremamente sedento e quente com escassez de chuva e temperatura por demais supra da climatologia histórica.
A estação de referência climatológica da cidade de São Paulo, no Mirone de Santana, na zona Setentrião da capital paulista, e pertencente ao Instituto Vernáculo de Meteorologia, simplesmente não coletou precipitação em junho.
Até às 9h da manhã do dia 30 de junho, quando se encerrou o mês para fins de registros de precipitação, o amontoado foi de 0,0 mm. A média histórica de precipitação mensal de junho é de 59,7 mm. Normalmente, em junho, ocorrem cinco dias no mês com precipitação de ao menos 1 mm.
Com isso, a cidade de São Paulo teve o junho mais sedento desde que se iniciaram os registros na estação do Mirone de Santana em 1943. Antes de 2024, o junho mais sedento havia sido o de 1984 com exclusivamente 0,1 mm.
Com o junho sobremodo sedento, a cidade de São Paulo acumula no ano déficit de chuva de 123,6 mm. Dos seis meses do primeiro semestre, somente março terminou com chuva supra da média na capital paulista.
Em janeiro, a chuva foi de 285,0 mm, muito perto da média histórica mensal de 292,1 mm. Em fevereiro, a precipitação somou 225,3 mm, inferior da média de 257,7 mm. Já em março, o amontoado foi de 283,5 mm, superior à normal histórica de 229,1 mm. Em abril, por sua vez, a precipitação foi de 16,6 mm, muito inferior da climatologia mensal de 87,0 mm. Em maio, o mês terminou com 57,9 mm, inferior da média de 66,3 mm.
Mas junho não foi fora da curva exclusivamente pela precipitação escassa. A temperatura na cidade de São Paulo durante o último mês da mesma forma se comportou muito fora dos padrões históricos com marcas extremamente altas.
A temperatura máxima média na estação do Mirone de Santana foi de 26,3°C em junho, logo 3,4°C supra da média máxima histórica mensal de 22,9°C. Foi a maior média máxima mensal de junho desde o primórdio dos registros, superando por larga margem o recorde anterior de 25,3°C, de 2002.
O número de tardes quentes foi impressionante. Quase todos os dias de junho tiveram temperatura máxima supra da média histórica. A maior temperatura no mês, registrada no dia 16, de 28,8°C, igualou o recorde de junho de 06/06/1992.
Já a média das temperatura mínimas na cidade de São Paulo no último mês ficou em 15,7°C, valor 2,2°C supra da média mínima histórica de 13,5°C. Foi a segunda mais subida média mínima em junho da série histórica, somente sendo suplantada pela média das mínimas de junho de 2020, que ficou em 15,8°C.
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