Há murado de cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China, marcando o início do que se tornou, meses depois, a pandemia de Covid-19. Apesar dos avanços no desenvolvimento de antivirais específicos para combater a doença e de vacinas para prevenção, ainda há muitos desafios pela frente.
Um deles é a subida capacidade do vírus de tolerar mutações genéticas, o que faz com que novas variantes surgem com o percurso do tempo. Desde 2020, já foram identificadas diversas variantes e subvariantes do vírus SarS-CoV-2, originador da Covid-19, e a expectativa é que novas sepas surjam no horizonte.
“As variantes são mutações pontuais dos vírus, porquê ocorre com qualquer organização. Não há motivação e são eventos aleatórios que fazem segmento do ciclo de vida dos vírus”, afirma Luis Fernando Aranha, infectologista do Hospital Albert Einstein, à CNN. “Sempre surgirão e porquê é um processo biológico normal, não há porquê interromper.”
Atualmente, a versão da Covid-19 de preocupação no Brasil, ou seja, aquela que está causando o maior número de infecções, é a JN.1, de entendimento com Eliane Bicudo, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). No entanto, nos países do hemisfério setentrião, a versão XEC é a mais preocupante.
“Cá, nós ainda identificamos poucos casos dessa versão, mas temos que nos preparar porque agora, com as festas de Natal e de Ano-Novo, vão aumentar os casos lá e, as pessoas daqui vão viajar para lá e poderão trazer essa versão para cá”, analisa a infectologista.
Porquê uma novidade versão é formada?
De entendimento com Bicudo, o vírus da Covid-19 possui um RNA mensageiro que é altamente mutante. Isso significa que ele possui uma subida capacidade de mudar sua linhagem genética e, assim, lucrar mais força para combater o sistema imunológico do que sua “versão” anterior.
Essa mutação genética acontece a partir de pressões externas, porquê um sistema imune fortalecido e pronto para combater a infecção, seja por meio da vacina ou devido a uma infecção anterior. Diante dessa “barreira”, o vírus é “estimulado” a tolerar mutações genéticas para permanecer vivo. É logo que surge uma novidade versão, segundo a infectologista.
“Uma versão começa a perder força quando ela encontra uma pessoa com sistema imune resistente. Diante disso, o vírus sofre uma pressão seletiva ambiental para desvanecer, mas ele quer continuar vivo. Portanto, ele passa a tolerar mutações dentro do próprio organização infectado, enquanto luta para vencer os anticorpos”, explica. “A forma de interromper esse processo é através de vacinas atualizadas e novas campanhas de vacinação”, completa.
Vacinação completa da população é forma de combater novas variantes
Embora o vírus da Covid-19 continue sofrendo mutações no horizonte, é verosímil reduzir a intensidade dessas alterações genéticas por meio da vacinação da população, na visão de Bicudo.
“Em uma situação hipotética, se todo mundo estivesse imunizado, ou seja, murado de 90% da população, a capacidade replicativa do vírus iria diminuir”, afirma a infectologista. “Foi o que aconteceu com a influenza [vírus da gripe]. Por muito tempo, ficamos com o H1N1 com pouquíssima mutação. Ele voltou [a se replicar com mais intensidade] no ano pretérito, tanto que a vacina deste ano é dissemelhante da do ano pretérito. Essa capacidade replicativa passa pela quantidade de pessoas resistentes ao vírus”, completa.
É por isso que a atualização de vacinas e o cumprimento do calendário vacinal são estratégias importantes para combater a Covid-19.
“A visão de que a Covid-19 é menos perigosa agora é equivocada. Nós ainda temos um número de óbitos saliente, essa é a síndrome respiratória que mais leva ao óbito no Brasil, e isso tem relação com a baixa cobertura vacinal”, alerta a perito.
“Se você não tem uma cobertura vacinal importante de todas as pessoas, o vírus circula facilmente entre nós, e a sua capacidade mutagênica [de sofrer mutações genéticas] é tão elevada que ele vai continuar causando doença porque as pessoas não estão imunizadas corretamente”, completa.
Covid-19 é menos perigosa agora? Especialistas respondem