A obesidade não é unicamente uma questão de saúde física, mas também tem um impacto significativo na saúde mental dos indivíduos afetados. Especialistas apontaram durante o CNN Sinais Vitais que a depressão é o transtorno mental mais generalidade entre pessoas obesas, destacando a complexa relação entre peso corporal e bem-estar psicológico.
Andrea Levy, psicóloga especializada em obesidade, explica que os problemas de saúde mental em pessoas obesas são frequentemente desencadeados por fatores sociais e emocionais. “Por conta da exclusão, uma vez que a pessoa se sente inadequada”, afirma Levy, ressaltando uma vez que o estigma social e a discriminação podem afetar profundamente a autoestima e o estado mental dos indivíduos com obesidade.
Impactos múltiplos na saúde mental
Os efeitos da obesidade na saúde mental são abrangentes e multifacetados. Além da depressão, indivíduos obesos podem enfrentar uma série de desafios psicológicos, incluindo sofreguidão, baixa autoestima e isolamento social. Esses problemas são exacerbados pela percepção de inadequação e pelas limitações físicas que muitas vezes acompanham o excesso de peso.
Segundo Levy, a relação entre obesidade e saúde mental é uma “via de mão dupla”. Enquanto a obesidade pode levar a problemas de saúde mental, condições psicológicas preexistentes também podem contribuir para o proveito de peso, criando um ciclo vicioso difícil de quebrar.
Fatores fisiológicos e sociais
Além dos aspectos psicológicos, a obesidade também apresenta componentes fisiológicos que podem afetar o bem-estar mental. A inflamação crônica associada à obesidade, por exemplo, pode influenciar negativamente o humor e a cognição. Adicionalmente, o cansaço físico e a falta de mobilidade podem limitar a participação em atividades sociais, levando a um maior isolamento.
A sociedade atual, muitas vezes descrita uma vez que “hostil” às pessoas com obesidade, contribui significativamente para os problemas de saúde mental enfrentados por essa população, aponta Levy.