A resguardo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a divulgação do primeiro testemunho da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid. A íntegra veio à tona neste domingo (26).
“A resguardo do presidente Bolsonaro, tendo tomado conhecimento da divulgação de trechos da colaboração premiada do Ten. Cel. Art. Mauro Cid, manifesta sua indignação diante de novos ‘vazamentos seletivos’”, diz nota.
Ainda de conciliação com os advogados do ex-presidente, por outro lado, o teor da delação continua sendo “repetidamente publicizado em veículos de notícia, tornando o sigilo uma imposição exclusivamente às defesas dos investigados, evidentemente prejudicadas em seu recta à ampla resguardo”.
A resguardo classificou ainda as investigações uma vez que “semissecretas”. “Em que às defesas é oferecido entrada seletivo de informações, impedindo o contexto totalidade dos elementos de prova, são incompatíveis com o Estado Democrático de Recta, que nosso ordenamento procura preservar”.
Repartição em grupos
O primeiro testemunho da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), cita nove dos 37 indiciados pela Polícia Federalista por suposta tentativa de golpe de Estado depois as eleições de 2022.
A delação premiada de Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), em setembro de 2023. Depois disso, ele prestou mais de dez depoimentos. Segundo o ex-ajudante de ordens, depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), três grupos gravitavam em torno de Bolsonaro.
O primeiro deles, de “conservadores”, teriam uma traço política. A intenção desse grupo era transformar Bolsonaro em um “grande líder da oposição”. Alguns dos integrantes seriam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União.
Havia ainda os “moderados”, que diziam concordar com “as injustiças” do Brasil, mas não eram em prol de uma mediação radical. “Entendiam que zero poderia ser feito diante do resultado das eleições, qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado”, afirma Cid. Participantes incluiriam o general Freire Gomes, portanto comandante do Tropa, além do general Paulo Sérgio Nogueira, que era ministro da Resguardo.
O terceiro grupo, segundo a delação, era formado por “radicais”, que era dividido em dois núcleos: um que seria em prol de ir detrás de uma suposta fraude nas urnas. Outra parcela “era em prol de um braço armado”. Estavam inclusos, de conciliação com o documento, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
A CNN tenta contato com os demais citados.