O deserto do Saara é famoso por suas paisagens áridas e estéreis que, em algumas áreas, recebem unicamente algumas poucos milímetros de chuva por ano. Ainda assim, quando chove no maior deserto não polar do mundo, certamente pode chover torrencialmente e foi o que ocorreu nas últimas semanas, tal uma vez que era previsto.
O exemplo mais recente disso veio na forma de um furacão extratropical que atravessou o Noroeste do Saara em 7 e 8 de setembro e encharcou grandes áreas sem árvores do Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, em áreas que raramente recebem chuva.
O MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) no satélite Terreno da NASA captou o escoamento da chuva da enchente em 10 de setembro de 2024. A imagem à esquerda mostra a mesma dimensão em 14 de agosto, antes da tempestade.
Com esta combinação de luz visível e infravermelha, as áreas cobertas por chuva parecem azul-escuras e claras. O tom de azul é influenciado pela profundidade da chuva e pela quantidade de sedimentos suspensos. A vegetação parece verdejante.
Embora grande secção da chuva tenha derrubado em áreas escassamente povoadas, as notícias indicaram que várias aldeias no Marrocos enfrentaram inundações repentinas destrutivas, estradas danificadas e fornecimento de eletricidade e chuva interrompido.
“Apesar de precipitação nesta região suceder todo verão, o que é único levante ano é o envolvimento de um furacão extratropical”, disse Moshe Armon, professor sênior do Instituto de Ciências da Terreno e da Universidade Hebraica de Jerusalém. O sistema se formou sobre o Oceano Atlântico e se estendeu para o Sul, puxando umidade da África equatorial para o Setentrião do Saara.
A estudo prévio de satélite mostra acumulações de muitas dezenas a mais de 200 milímetros de chuva nas áreas afetadas — aproximadamente o equivalente ao que a região recebe em um ano.
As estimativas de concentração de precipitação são baseadas nos dados IMERG (Integrated Multi-Satellite Retrievals for GPM) da NASA, que é uma das únicas opções para estimar sistematicamente a precipitação no Saara em áreas amplas porque os pluviômetros e estações de radar baseados em solo são muito escassos.
“O que também é fascinante é que lagos normalmente secos no Saara estão enchendo devido a levante evento”, acrescentou Armon. Vários desses lagos são visíveis na imagem uma vez que áreas azul-escuras, incluindo um no Parque Pátrio Iriqui do Marrocos (mostrado em detalhes dentro do círculo inserido).
Um lago que Armon está observando mormente de perto é Sebkha el Melah, uma planície de sal no meio da Argélia e o matéria de um de seus estudos mais recentes.
Armon e colegas analisaram duas décadas (2000–2021) de dados IMERG para entender melhor a frequência de eventos de precipitação pesada nesta região. Das centenas de eventos que afetaram esta dimensão ao longo desse período, eles identificaram unicamente seis ocorrências anteriores que levaram ao recheio do lago.
A MetSul Meteorologia está nos canais do WhatsApp. Inscreva-se cá para ter aproximação ao conduto no aplicativo de mensagens e receber as previsões, alertas e informações sobre o que de mais importante ocorre no tempo e clima do Brasil e no mundo, com dados e informações exclusivos do nosso time de meteorologistas.